02 julho 2013

Director do Banco do Vaticano e adjunto demitem-se


Director do Banco do Vaticano e adjunto demitem-se

Demissões acontecem dias depois da detenção de um padre suspeito de corrupção e de fraude.

O director-geral e o vice-director do Instituto de Obras Religiosas, conhecido como Banco do Vaticano, apresentaram a sua demissão esta segunda-feira. A Santa Sé e o conselho de administração já aceitaram a saída de ambos, que acontece dias depois da detenção de um padre suspeito de corrupção e da nomeação, por parte do Papa Francisco, de uma comissão independente que vai propor mudanças para “harmonizar melhor o banco com a missão da Igreja”.
O actual presidente do IOR, Ernst von Freyberg, vai assegurar interinamente as funções até agora desempenhadas por Paolo Cipriani e Massimo Tulli. O alemão anunciara nos últimos dias um inquérito interno a partir do caso de monsenhor Nunzio Scarano, preso na sexta-feira a bordo de um avião, acusado de fraude e corrupção por ter planeado a transferência para Itália de 20 milhões de euros que uma família amiga detinha na Suíça.

“Depois de um dia de tensões e de consultas, e após ter ficado expressa a vontade de Francisco, [Cipriani e Tulli] preferiram pôr os seus cargos à disposição”, escreve o vaticanista Andrea Tornielli no Vatican Insider, o site do diário La Stampa dedicado ao Vaticano.

Antes de nomear a comissão independente, o Papa já escolhera o padre Battista Ricca, um amigo, para supervisionar a gestão do banco.

Segundo o que a imprensa italiana já revelou sobre as acusações contra Scarano, que era até Maio membro da Administração do Património da Sé Apostólica (organismo que gere os bens do Vaticano), não há certezas sobre o envolvimento do IOR na planeada transferência. Mas o caso levantou questões sobre a possibilidade de o IOR autorizar com demasiada facilidade movimentações de grandes quantias de dinheiro.,

O IOR tem sido abalado nas últimas décadas por vários escândalos e desde 2010 que está sob investigação por suspeitas de violar a legislação contra o branqueamento de capitais. Francisco, tal como Bento XVI antes dele, garantiu que tudo fará para o reformar.

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