15 julho 2012

Chamo a atenção para a publicação de um excelente livro que não é fácil de encontrar nas livrarias mas pode ser encomendado – primeiro: o autor, um teólogo de grande qualidade, com uma idade muito respeitável mas com uma cabeça excelente e uma bonomia encantadora. Trata-se de Artur Cunha de Oliveira que publicou Jesus de Nazaré e as Mulheres, a propósito de Maria Madalena (Angra do Heroísmo, 2011, edição do Instituto Açoriano de Cultura.) É um tomo respeitável de 583 páginas – ou seja, não é necessariamente para ler todo de uma só vez mas é uma fonte de alto nível que recomendo a quem se interesse por estas temáticas, chamando também a atenção de todos e todas aqueles e aquelas que se encontram em formação em seminários ou ordens religiosas.  O autor refere que o seu objectivo foi «fundamentar cientificamente a minha convicção a respeito das relações entre Jesus da Nazaré e Maria Madalena e (…) proporcionar ao leitor o mais largo e por vezes profundo contacto e familiaridade com as fontes primigénias e mais credíveis do Cristianismo que são as Sagradas Escrituras e os Padres e Escritores Eclesiásticos dos primeiros séculos da Igreja. (…) Quanto a Maria de Madalena a mesma investigação o que nos oferece é alguém do círculo íntimo de Jesus de Nazaré, senhora de bens e casada não se sabe com quem, que a primitiva tradição cristã aponta como alguém a quem primeiro foi revelada a Ressurreição. Tal qual sucedeu a tantas outras mulheres e quem o itinerante profeta galileu dispensou humana atenção, carinho e até ternura, foi curada de grandes males, pelo que Lhe ficou eternamente grata, acompanhando-O e socorrendo-O (e aos discípulos) com os seus bens. Nada mais. Foi o papa Gregório Magno que, numa homília no dia 21 de Setembro de 591, na Basílica de S. Clemente, em Roma, a confundiu com a ‘pecadora arrependida’ do evangelista Lucas (7, 36-50). A partir de então terminou a História e prinicpiou a Lenda.»
Ana Vicente

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