08 julho 2018

NÃO HÁ MILAGRES? (2)

  1. O mal resulta da ausência de um bem que deveria existir, seja na natureza, seja no agir humano. A serenidade desta lucidez metafísica tem um inconveniente: ou é linguagem de robot para robots ou um insulto a quem sofre. As ciências estudam as causas desses disfuncionamentos, os processos de os evitar e os remédios da sua cura. Dizem-me que a imortalidade está no horizonte lógico da ciência. A promessa da longevidade e da juventude ilimitadas vai de encontro ao nosso desejo de viver bem, com saúde e sem envelhecimento. Esta conjectura agradável não pode evitar interrogações de carácter social, político, económico, cultural e ético. Os pós-humanistas julgam que essa hora chegará mais depressa do que se imagina. Até lá, mais vale encarar o facto de uma existência limitada que privilegia os laços da amizade e da solidariedade efectiva. A história do sofrimento dos inocentes deita para o caixote do lixo qualquer especulação sobre o mal.
Repete-se, desde Epicuro (séc. III a. C), dos modos mais diversos, que Deus e o mal não podem coabitar. O mal é um escândalo e um problema para qualquer ser humano, mas especialmente para quem é religioso. Um mundo com mal e sem Deus talvez fosse menos problemático, pois ou Deus quer eliminar o mal e não pode, ou pode e não quer. Se quer e não pode, é impotente; se pode e não quer é mau.
Nunca me impressionou muito essa conversa centrada num Deus encurralado pela lógica totalitária, sem espaço para a responsabilidade humana.
O que mais me espanta é a nossa falta de juízo e de bondade. Somos testemunhas de guerras horrorosas. Sabemos que, na maioria dos casos, foram e são, a todos os níveis, frutos do desejo de pessoas e grupos possessos da vontade de dominação económica, política, cultural e religiosa. Em última análise, a resposta à graça da livre conversão à boa e imaginativa hierarquização dos nossos desejos pode ajudar a diminuir a loucura mundana. Encarar a vida como o desenvolvimento de todos os talentos para ajudar, de modo competente, as capacidades dos que não tiveram oportunidades é, talvez, um bom caminho para a nova civilização proposta pelo Papa Francisco. Para ele, o mal não é um problema teórico, mas um desafio a enfrentar mediante a praxis humana solidária, cristã. Daí nasce a fonte divina e humana dos verdadeiros milagres.  
2. Diz-se que não há testemunhos do riso de Jesus, mas abundam as referências ao seu requintado humor. O texto escolhido para a liturgia do Domingo passado[1] e o proposto para hoje[2], colocam a questão dos milagres de forma tão pouco convencional que importa analisar.  
No primeiro, numa única narrativa, entre o trágico e o cómico, acontecem dois “milagres” muito improváveis. Segundo o Novo Testamento, o grupo dos fariseus – sobretudo os chefes das sinagogas – não via com bons olhos as inovações do Nazareno. Ora, nesse texto, é precisamente um chefe de sinagoga, chamado Jairo, a pedir, com insistência, a intervenção de Jesus para salvar a sua filha que estava a morrer: vem impor-lhe as mãos para que se salve e viva. Jesus não se fez rogado e acompanhou o pai da criança, seguido de grande multidão que o apertava por todos os lados. Entretanto, uma mulher extremamente doente que, há doze anos, sofria muito nas mãos de vários médicos e gastara todos os seus bens sem ter obtido qualquer resultado, antes piorava cada vez mais, tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-lhe no manto, dizendo consigo: se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada. E ficou.
Não foi um gesto supersticioso, foi um puro acto de fé, isto é, de confiança absoluta.
É verdade que a narrativa é cómica: quando Jesus pergunta quem me tocou, apertado pela multidão, os discípulos acham a pergunta descabida. De facto, Jesus sentiu que algo aconteceu no seu próprio corpo e a mulher, assustada e a tremer pelo que lhe tinha acontecido, disse a verdade. Jesus nem sequer diz que a curou: minha filha a tua fé te salvou. Ao dizer isto, Jesus exprimiu o mais íntimo da relação entre Deus e o ser humano. A coincidência de dois movimentos: o desejo de Jesus de curar – era a sua maneira de viver – e o desejo da mulher de ser curada. A salvação realiza-se no encontro desses dois movimentos. A fé salva porque é a entrega confiante ao amor que a precede. É o abraço de dois desejos: de Deus e da criatura. É, por isso, um exercício de liberdade. Deus deseja, mas não obriga ninguém a reconhecê-lo nos seus sinais.
Quando Jesus diz à mulher foi a tua fé que te salvou, até parece que ele não fez nada. Não é verdade. Como diz o narrador, do corpo de Jesus saiu uma energia real que ele próprio estranhou. Essa graça encontrou-se com um desejo ardente e desesperado. Sem este desejo da mulher Jesus não podia nada.
3. No meio da confusão, vem a notícia da casa de Jairo: a tua filha morreu, não incomodes mais o Mestre.
Jesus disse ao chefe da sinagoga: Não temas, basta que tenhas fé. Seguido de Pedro, Tiago e João, vendo grande alvoroço com gente que chorava e gritava, atreve-se a uma provocação que até parecia de mau gosto: a menina não morreu, está a dormir. Riram-se dele. Levando consigo o pai e os referidos discípulos, entrou no local onde ela jazia. Pegou-lhe na mão e disse: Menina, eu te ordeno, levanta-te. Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar, pois já tinha doze anos. Ficaram todos muito maravilhados. Jesus recomendou-lhes, insistentemente, que ninguém soubesse do caso e mandou dar-lhe de comer.
Noutros casos, as pessoas que reconheciam em Jesus uma energia estranha atribuíam-na a uma possessão diabólica porque ele não era um observante de convenções religiosas[3].
É essa a questão deste Domingo. Jesus foi à sua terra acompanhado dos discípulos. Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes interrogavam-se acerca da origem das suas palavras e acções prodigiosas, mas ficavam de fora. Porque seria? O conhecimento do estatuto modesto deste carpinteiro e da sua numerosa família secava qualquer interrogação de fundo. O conhecimento que tinham de Jesus era uma ignorância acerca da significação inovadora do que Ele andava a fazer e a dizer. Ao preferirem continuar num ram-ram sem surpresas e sem novos horizontes, ficaram onde sempre estiveram. O ritual foi cumprido e nada aconteceu. Ao contrário do Domingo passado, Jesus ficou espantado com a falta de fé daquela gente.
Nas celebrações actuais da Eucaristia, para que algo aconteça de inovador, é preciso deixar-se convocar para a participação na reforma pessoal, da Igreja e da sociedade. Sem esse desejo activo, Cristo nada pode fazer. Os rituais são cumpridos, mas se as instituições da Igreja continuarem no seu ram-ram e a ignorar os desafios do Papa Francisco, que se pode esperar?
Alguns julgam-se heróis da mudança pelo regresso ao que julgam ser a Santa Missa de Sempre, que nunca existiu como missa de sempre. Andam para trás para se realizarem como estátuas de sal, fruto de uma incurável miopia[4].
Frei Bento Domingues, O.P.
in Público, 08.07.2018


[1] Mc 5, 21-43
[2] Mc 6, 1-6
[3] Mc 3
[4] Jo 9

 Alegrai-vos e exultai
Padre Anselmo Borges

1. Estava eu numa aula sobre uma compreensão holística de saúde e, dirigindo-me a uma aluna, perguntei: "Gostava de ser santa, não gostava?" E ela, aflita e cortante: "Não, nem pensar nisso!". Acrescentei: "No entanto, se pensar bem, é isso que todos queremos ser." E comecei a explicar, começando pelo tema em questão: o da saúde. Eu estou bem, mas bastaria uma unha encravada no dedo mindinho do pé esquerdo para já me sentir mal. A saúde está no funcionamento harmónico de todos os órgãos do corpo. Mas não basta, pois se eu não me der bem comigo, também me sinto mal. Há gente que não pode ver certas pessoas, só de vê-las ficam doentes. Para estar são, é necessária uma relação boa com os outros. E se o que há para contemplar for apenas lixeiras? A saúde requer também uma relação bela e sadia com a natureza. Ah, e com a transcendência... Isso é dito, aliás, nas próprias palavras, no seu étimo. Saúde vem do latim salute, que significa simultaneamente saúde e salvação. Neste contexto de saúde em sentido holístico, são e santo estão em união estreita, como se constata nas línguas anglo-saxónicas: saúde (health, em inglês) em conexão com holy - santo, e, em alemão, heilen - curar --, em conexão com heilig - santo - e Heil - salvação e são; também em português, há a mesma ligação entre são e santo, de tal modo que se diz, por exemplo, um homem são e São João, para dizer que o santo só pode ser um ser humano autêntico, íntegro e pleno. O inglês e o alemão remetem para the whole, o todo holisticamente considerado, isto é, o todo que é mais do que a soma das partes. O mal é que, quando se pensa em santos, se pensa em gente estranha, do "outro mundo", que se dá muito mal com a vida e que se encontram nos altares, torcidos, a olhar de lado e de modo esquisito... Então, a jovem disse: "Sim, pensando bem...".
2. Foi isto que o Papa Francisco veio dizer numa bela Exortação, com o título acima: "Alegrai-vos e exultai" - todos os grandes textos de Francisco estão sob o desígnio da alegria. Porque o Evangelho é uma notícia boa e felicitante. A Exortação é sobre a santidade. E lá está: todos são chamados à santidade, isto é, à plenitude, à perfeição, à alegria, na vida do quotidiano. Deus "pede tudo e, em troca, oferece a felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, aguada e liquefeita" (etimologicamente, medíocre significa o que não subiu até ao cimo, pois ficou a meio da montanha; aguado: vinho adulterado com água; liquefeito, sem solidez, como reflectiu Zygmunt Bauman). "Ser santo não significa revirar os olhos nem viver em êxtase." "O santo não é uma pessoa excêntrica, distante, que se torna insuportável pela sua vaidade, negativismo e ressentimento". "Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade está reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim. Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. És progenitor, avô ou avó? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. És investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum, renunciando aos teus interesses pessoais". Aquela mãe ou aquele pai rumam à santidade quando, em casa, "o seu filho reclama a sua atenção para falar das suas fantasias" e eles, embora cansados, "sentam-se ao seu lado e escutam com paciência e carinho". Francisco defende o que chama a "classe média da santidade", os santos "ao pé da porta", eles vivem perto de nós e são reflexos da presença de Deus: "Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir". "Não tenhas medo da santidade. Não te tirará forças nem vida nem alegria. Não tenhas medo de apontar para mais alto, de te deixares amar e libertar por Deus. A santidade não te torna menos humano, porque é o encontro da tua fragilidade com a força da graça de Deus."
A vida é uma missão, que se cumpre na contemplação e na acção. O que não santifica é "um compromisso movido pela ansiedade, o orgulho, a necessidade de aparecer e dominar", "as novidades contínuas dos meios tecnológicos, o fascínio de viajar, as inúmeras ofertas de consumo", menosprezando os momentos de quietude, solidão e silêncio para estar consigo e diante de Deus, ou quando "tudo se enche de palavras, prazeres epidérmicos e rumores a uma velocidade cada vez maior; aqui não reina a alegria, mas a insatisfação de quem não sabe para que vive".
O santo não está nas "redes de violência verbal através da Internet e vários fóruns ou espaços de intercâmbio digital", procurando "compensar as próprias insatisfações descarregando furiosamente os desejos de vingança". "Se vivermos tensos, arrogantes diante dos outros, acabamos cansados e exaustos. Mas, quando olhamos os seus limites e defeitos com mansidão, sem nos sentirmos superiores, podemos dar-lhes uma mão e evitamos energias em lamentações inúteis." Por outro lado, a santidade nada tem a ver com "um espírito retraído, tristonho, amargo, melancólico ou um perfil sumido, sem energia. O santo é capaz de viver com alegria e sentido de humor." Porque, mesmo nos momentos mais difíceis, momentos da cruz, nada pode destruir a alegria sobrenatural, que "sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal de, não obstante o contrário, sermos infinitamente amados por Deus".
in DN 06.07.2018

À PROCURA DA PALAVRA
P. Vítor Gonçalves
DOMINGO XIV COMUM Ano B
“Estava admirado com a falta de fé daquela gente.”
Mc 6, 6

Qual o tamanho de Deus

Um garoto perguntou um dia ao avô: “Qual é o tamanho de Deus?” Indicando ao neto um avião que passava alto no céu, perguntou-lhe o avô: “Qual o tamanho daquele avião que passa lá alto?” “É bem pequenino!”, respondeu o petiz. Então o avô levou o neto ao aeroporto e, junto de um avião parado, perguntou: “E este avião, de que tamanho é?” “Ui”, respondeu o neto, “esse é bem grande”. E o avô concluiu: “Pois Deus é assim; quanto mais longe estamos d’Ele, mais Ele é pequenino; quanto mais perto, maior Ele é para nós”!
Lembrei-me desta história, deixada por um amigo numa gravação telefónica, a propósito do evangelho deste domingo. A missão dos profetas é mostrar a verdadeira grandeza de Deus e denunciar a nossa aparente proximidade d’Ele. A esperança de um messias/chefe/rei manifestava-se em categorias, nas quais Jesus não encaixava. Desde logo a proximidade com os que O tinham visto crescer, que suscitava incredulidade pela sua humanidade. Sentiam a estranheza que “alguém”, vindo de Deus, fosse tão humano! Como o “estudo” realizado nos Estados Unidos por psicólogos da Universidade da Carolina do Norte, que originou uma representação do “rosto de Deus” com aparência de “um homem comum”! É certo que os seus conterrâneos elogiavam a sabedoria das suas palavras, mas não passaram daí. Não conseguiram dar o salto da fé, aquele que encontra a grandeza de Deus que não esmaga nem oprime, antes salva e liberta!
Quem nunca sonhou um encontro com Jesus Cristo? O que ficaria mais impresso no nosso íntimo? Aspectos diferentes, certamente, mas seria (e é!) um encontro que toca a vida em todas as dimensões. Não apenas a intelectual, esta em que estamos mais habituados a “colocar” a fé. Poderíamos falar de vários âmbitos que compõem a vida humana: o biopsíquico, o do conhecimento, o da economia, o da ética, o da vida lúdica, o da vida religiosa, o da vida socio-política. A fé não é uma realidade apenas ligada ao “conhecimento”, à “teo-logia” (um saber de Deus). A relação com Jesus está ligada a todas as nossas relações vitais e provoca mudança e crescimento em todas elas. É à identificação da nossa vida toda com a de Jesus que podemos chamar “seguimento”. Porque Ele nos seduziu um pouco, muito, ou muitíssimo, a nossa vida muda!
Escrevo estas palavras no dia de Santa Isabel de Portugal, e recordo a sua firmeza e generosidade na dupla missão de rainha e mulher, de poder e serviço. E socorro-me do seu milagre da transformação do pão que levava aos pobres em rosas para contar uma história do poeta Rainer Maria Rilke. Vivia ele em Roma, e com um amigo passava todos os dias por uma pedinte que lhes estendia a mão. Quando o seu colega tinha alguma moeda a mais deixava-a na mão da mulher. Rilke não o imitava. Mas um dia, ao passarem por ela, tirou uma rosa da sua sacola e colocou-lha na mão. A face escondida e suja iluminou-se e duas lágrimas afloraram aos olhos. Nos três dias seguintes, não a viram no lugar habitual. Regressou no quarto dia. Perguntou o amigo de Rilke: “De que terá vivido esta mulher estes três dias?” Respondeu o poeta: “Viveu da rosa!”
O tamanho de Deus revela-se no acolhimento de vida que Lhe fazemos, e como O deixamos fazer crescer o amor em nós. Amor de pão e de rosas!
in Voz da Verdade, 07.07.2018


Groundbreaking document released on how Anglicans and Roman Catholics can learn from each other
Posted on: July 4, 2018

An agreed statement produced by the official commission for dialogue between the Roman Catholic and Anglican churches has been heralded as "ground-breaking" and an "important step on the pilgrimage towards fuller unity in Christ".
The text for the work – "Walking Together on the Way: Learning to be the Church – Local, Regional, Universal " – was agreed at a meeting of the third phase of the Anglican-Roman Catholic International Commission (ARCIC III) in the German city of Erfurt in May 2017. It was the first document produced by ARCIC III and is the culmination of seven years’ work.
The document encourages Anglicans and Roman Catholics to learn from each other’s differences, rather than concentrating on common ground. For example, Anglicans are invited to examine models of unity within the Catholic tradition and Catholics to look at empowering local church leaders and the laity in decision-making.
One commission member, the theologian Dr Paula Gooder, called the document ground-breaking.
"The agreed statement ... takes another step along the path of ecumenical dialogue which Anglicans and Roman Catholics have been journeying together for over 50 years," she told ACNS. "The method it uses models conversation at its best. The conversation here is rich, though also challenging – calling us to travel onwards into the future in mutual companionship and hope."
Bishop Christopher Hill, another member of the Commission, said: "The statement makes a new departure – a very practical, mutual examination of our respective authority structure. This gives Anglicans and Roman Catholics a timely opportunity for both self-criticism and mutual ecclesial learning – with authority questions high on our mutual agendas."
The dialogue’s Anglican Co-Secretary, Dr John Gibaut, stressed the significance of the work and its timeliness.
"The fullest reception of this document will require changes in both communions," he said. "It will be particularly interesting to the Anglican Communion as we move forwards to the next Lambeth Conference in 2020."
The potential for reform was noted by Dr Jamie Hawkey, the Dean of Clare College, who has been writing the Anglican commentary on the statement. (Click here to read.)
"This document is a remarkable fruit of the high-level doctrinal consensus and real-but-imperfect communion which already exists between the Anglican Communion and the Roman Catholic Church," he said. "In both method and content, this agreed statement formally commends a new chapter of conscious mutual ecclesial learning, and encourages both communions to receive the gifts of the Holy Spirit from one another.
"Emboldened by such partnership and promise, the process of reform of our structures - for the sake of the Church's communion and mission - can be seen as an important step on the pilgrimage towards fuller unity in Christ."
A Roman Catholic commentary has also been produced. (Click here to read.)
The document will be published later this year. ARCIC III’s next discussions will examine the discernment of right ethical teaching.
Editor's note: This story was updated on 5 July to include links to the Agreed Statement and the Anglican and Roman Catholic commentaries on it.

in ACNS Anglican Communion News Service

http://www.anglicannews.org/news/2018/07/groundbreaking-document-released-on-how-anglicans-and-roman-catholics-can-learn-from-each-other.aspx

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