15 janeiro 2014

Loris Capovilla, o poder de um símbolo

   
O novo cardeal foi secretário pessoal do papa João XXIII
Entre os novos cardeais escolhidos pelo papa Francisco em seu primeiro consistório aparece uma figura simbólica: a de Loris Capovilla, de 99 anos, que foi secretário pessoal do papa João XXIII, o papa do século passado com quem Francisco guarda a maior semelhança.
Ninguém até agora tinha lembrado de dar o barrete de cardeal àquele que foi a figura chave, o confidente e o criador da imagem do chamado “papa bom”. Ele tinha sido relegado ao esquecimento, e, desde se aposentar como arcebispo, vivia em Sotto il Monte, a cidadezinha na qual nasceu o futuro papa João XXIII, filho de camponeses. E ali Capovilla, durante anos e quase em silêncio, fez um trabalho discreto de ajuda e conselho aos mais necessitados.
 Dias depois de eleito, o papa Francisco telefonou a Capovilla e lhe disse, brincando: “O senhor tem voz de jovem”.
 Hoje ele o nomeou cardeal. O escolheu como símbolo, muito ao seu estilo.
 O reconhecimento dado a Capovilla pelo papa jesuíta possui forte valor simbólico, porque foi como ressuscitar um papa que não apenas foi um dos mais contestados pela Cúria Romana, como também um dos mais amados, até mesmo pelos não católicos.
 Quando, já idoso e em um momento crítico da política mundial, João XXIII convocou o Concílio Vaticano II, foi visto como louco pelos cardeais conservadores, como Giuseppe Siri, arcebispo de Gênova. Eles chegaram a estudar a possibilidade de buscar sua deposição.
Capovilla é a única testemunha ainda viva dos maiores segredos do pontificado breve, mas fecundo de João XXIII, o pontífice que dizia …
Juan Arias  Rio de Janeiro  12 JAN 2014 - 20:52 BRST

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