P / INFO: Crónicas &
Capela do Rato
Frei Bento: Iremos a tribunal
Pe. Anselmo: A intuição
cosmoteândrica: a religião do futuro
Pe. Vítor Gonçalves: A surpresa final
IREMOS A
TRIBUNAL
Frei Bento Domingues, O.P.
Termina o seu livro sobre A loucura de Deus[1] com um
credo: «A globalização significa que as culturas se civilizam umas às outras. O
Juízo final desemboca num trabalho quotidiano. A revelação torna-se a relação
com o ambiente e o relatório sobre a situação dos direitos do homem. Volto
assim ao leitmotiv desta reflexão,
que se funda na ética da ciência universal da civilização. Repito-o, como um
credo, e desejo que tenha suficiente energia para se propagar mediante línguas
de fogo: o caminho da civilização é o único que ainda está aberto».
Escreveu isto em 2007. Não perdeu actualidade,
embora a alternativa à velha arrogância teológica não pode ter agora uma simétrica
arrogância na ciência que seria, por natureza, pouco científica. Mas o seu
desejo está a cumprir-se onde, talvez, menos o esperasse. O alegado obscurantismo
dos três monoteísmos já não se apresenta como um bloco impenetrável com medo
das dúvidas. Algumas manifestações de diálogo entre religiões começam a
focar-se na condenação da violência e da guerra em nome de Deus.
Por outro lado, a confiança na eficácia das chamadas
ciências da civilização ficou abalada ao não conseguirem civilizar e
democratizar a política ou a cultura política do país mais apetrechado em
instituições científicas e artísticas, os EUA, como se viu nos últimos 4 anos
de apologia da estupidez. Além disso, o referido pensador alemão não podia
prever o que aconteceu, em 2013, na Igreja Católica.
Com a eleição do Papa Francisco começou algo de
novo que excede as exigências de diálogo entre religiões e entre crentes e não
crentes. É ele que está a procurar realizar alianças e coligações entre as culturas
religiosas e seculares e a colocar a teologia em atitude de aprendizagem com
todos os universos culturais. É a sua própria vivência e interpretação da
revelação cristã que o torna fiel à terra e ao céu, ajudando a Igreja a ser
menos “mestra” e mais discípula, aprendendo com todos, acolhendo e partilhando
todas as experiências que ajudem a vencer o egoísmo e a barbárie entre humanos
e com a natureza.
Em poucos anos, tornou-se uma referência para quem
deseja um mundo solidário. Não o faz para glória da Igreja, mas para que esta
se torne o que sempre deveria ter sido: um hospital de campanha, com muitos
postos de pronto-socorro dos mais pobres e perdidos nas migrações mais
desesperadas. Escreveu guiões admiráveis para despertar e mobilizar jovens e
adultos para linhas da frente exigidas por antigos e novos desafios sociais e culturais.
2. Quem procura
desqualificar as suas ousadias diz que ele não é apenas um ingénuo, mas um
atrevido ignorante: fala do que não sabe e faz o que não deve. Mas que irão
dizer, agora, com o que aconteceu na semana passada, nos dias 19 a 21?
Francisco não convocou repetidores, mas investigadores
de uma nova economia. Realizou-se o encontro, longamente preparado, A Economia de Francesco, que decorreu a
partir de Assis (Itália) com ligações a 120 países diferentes, embora no
contexto das dificuldades impostas pela pandemia. O seu objectivo foi colocar
em diálogo jovens economistas e empreendedores do mundo inteiro, para imaginar
como se pode criar uma economia mais justa, fraterna, inclusiva e sustentável,
sem deixar ninguém para trás[2].
Como é evidente, a proximidade de um
acontecimento destas dimensões não permite avaliar o seu alcance, tanto mais
que foi realizado para desencadear e afirmar um movimento de jovens empenhados
no futuro de todos e que exige uma nova e envolvente militância em muitas áreas
e muitas frentes.
Fomos
informados que a primeira conferência seria de Jeffrey Sachs, com o tema, Aperfeiçoar a Alegria: três propostas para
deixar a vida florescer. Parecia um convite para ler o Evangelho de S.
João, em que o desejo de Jesus é a alegria, cada vez mais completa, numa vida
cada vez mais abundante para todos[3].
A alegria não é uma particularidade de S. João, é a
proposta de todo o Novo Testamento. No entanto, a verdadeira alegria acontece
quando se muda a própria vida. Como dizia o filósofo judeu, L. Wittgenstein, «creio
que uma das coisas que o Cristianismo afirma é que as boas doutrinas são todas
inúteis. Importa, sim, mudar a vida (ou a direcção
da tua vida) … A sabedoria é fria. Em contrapartida, Kierkegaard chama à fé
uma paixão»[4].
3. Hoje, na
celebração da Eucaristia, encerramos o espantoso capítulo 25 de S. Mateus que
tem vindo a ser proclamado nos últimos Domingos. É constituído por três
parábolas, três intrigas paradoxais sobre a urgência em captar as oportunidades
de alegria que a vida oferece e que, por leviandade ou por medo de ser mal
sucedidos, desperdiçamos.
São textos simbólicos: dizem uma coisa para
significar outra. Devem ser respeitados na sua irredutível alteridade e
questionados. A sua interpretação tem de ter esse facto
em conta, para não cair no reino da arbitrariedade. Por outro lado, importa
distinguir sentido e significação. O sentido existe no texto que exige estudo
para ser decifrado. A significação nasce da pergunta: que tem esse texto, essa
parábola, a ver comigo e que tenho eu a ver com esse texto, com essa parábola?[5] A significação
implica a minha vontade de mudar, de conversão, de não sair da Missa como
entrei. Ajuda-me a mudar para o reino da alegria, da vida apaixonada por uma
nova semana.
Hoje, a representação simbólica do julgamento de
todas as nações não é para julgar nações, mas as acções ou omissões das
pessoas. Quem as julga não é a divindade. Quem julga as pessoas são as suas
acções de solidariedade ou de falta de solidariedade. Tanto quem foi, como quem
não foi solidário não sabia que estava a ter um encontro ou desencontro com o
próprio Deus. Deus é o destinatário clandestino do nosso agir solidário sem
divinas intenções. A causa do Deus invisível identifica-se com a causa dos que
precisam de ser socorridos. Quem socorre ou recusa solidariedade acolhe ou
recusa o próprio Filho do Homem.
S. Mateus escreveu uma parábola muito atrevida.
in Público 22.11.2020
https://www.publico.pt/2020/11/22/opiniao/opiniao/iremos-tribunal-1939985
[1] Cf. Peter
Sloterdijk, A loucura de Deus. Do Combate
dos Três Monoteísmos, Relógio D’Água, 2009, pp. 23 e 139
[2] Cf.
António Marujo, 7Margens, 18. Nov.
2020.
[3] Jo 15,
11; 10, 10.
[4] Ludwig
Wittgenstein, Cultura e Valor, Ed.70,
Lisboa 1996, p.82.
[5] Daniel Marguerat / Yvan Bourquin, Pour lire les récits bibliques, Cerf, Paris,
1998
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Anselmo
Borges
2.
Estive com Panikkar só numa ocasião, em Barcelona, em 2004. Tinha uma presença
cálida, com um sorriso luminoso, e era simples. Uma vez, uma aluna minha, de
Barcelona, disse-me que queria muito fazer um trabalho académico sobre o
pensamento dele. Achei bem e disse-lhe: "Agora, nas férias, vá falar com
ele..." Panikkar deu-lhe 40 minutos e ela, uma jovem, veio fascinada e fascinou
os colegas com a descrição do encontro e a exposição do trabalho.
3.
Panikkar era uma das maiores autoridades mundiais nas questões do diálogo
multicultural e inter-religioso. As suas raízes genéticas, religiosas,
académicas, geográficas, deram um contributo decisivo para ser ponte entre
mundos: o pai era hindu e a mãe catalã católica; era doutorado em Filosofia,
Química e Teologia; viveu uma parte da sua vida na Europa, outra na Ásia, uma
terceira na América. Ensinou em muitas universidades, incluindo Harvard. Deixou
mais de 50 livros, em várias línguas, que dominava. No meio de uma vida agitada
e aparentemente dispersa, manteve, no Uno, a serenidade do monge. É seu o
pensamento, retomado pela encíclica de Francisco, Laudato sí, de que tudo está
interligado.
Padre
católico, regressando da Índia, disse que voltava hindu e budista, sem que isso
significasse deixar de ser cristão: pelo contrário, agora era mais cristão. Por
isso, para lá do diálogo inter-religioso, defendia o diálogo intra-religoso,
isto é, aquele diálogo que cada um deve estabelecer dentro de si mesmo entre as
grandes religiões, cuja herança pertence a todos.
Depois
dos períodos de isolamento e ignorância recíproca, indiferença e desprezo,
condenação, perseguição e conquista, coexistência e tolerância, chegou como
"necessidade vital" o tempo do diálogo entre as religiões. É preciso
superar o exclusivismo, que afirma que só uma religião é verdadeira (a minha),
rejeitando as outras.
O
diálogo autêntico só pode ter por base o são pluralismo: todas as religiões são
presença do Absoluto, do Mistério salvador, mas nenhuma o possui
definitivamente. Este diálogo é constitutivo do ser humano enquanto tal, pois o
Homem não é uma mónada fechada, mas uma pessoa, feixe de relações. Por isso, a
religião tem de incluir também o diálogo com a Terra, a que chamou ecosofia. Este
é o pensamento e a acção implicados numa concepção cosmoteândrica.
Expressão
deste pensamento e diálogo de um Homem universal foi o seu funeral: numa
celebração solene e íntima, seguiu o rito exclusivamente católico, mas Panikkar
deixou instruções precisas para que as suas cinzas fossem repartidas entre a
família, o cemitério de Tavertet e o rio Ganges, na Índia.
4.
Já Platão distinguiu entre pan, o todo como soma das partes, e holon, o todo
estruturado, mais do que a soma das partes. Há muita dificuldade em pensar
holisticamente, sobretudo porque a razão moderna é objectivante analítica,
separadora, tendo como seu modelo a máquina, que decompõe para refazer e assim
dominar. No próprio pensamento religioso, em vez de religação, encontramos
frequentemente visões dicotómicas e dualistas: este mundo e o outro, o aquém e
o além, a alma e o corpo, o divino e o humano, o interior e o exterior, os de
dentro e os de fora, os crentes e os não crentes...
Neste
contexto, Panikkar afirmava com razão que é preciso ultrapassar e superar
"três dualismos, seis dicotomias e três reducionismos". Torna-se
imperioso unir o que tem andado separado. O distinto e o diferente não podem
significar separação.
Os
dualismos são: Deus e o Homem, o Homem e a natureza. Não se trata agora de
confundir, mas de religar. As seis dicotomias são: alma e corpo, masculino e
feminino, indivíduo e sociedade, teoria e práxis, conhecimento e amor, tempo e
eternidade. Também aqui não se trata, evidentemente, de reduzir tudo ao mesmo,
mas de tomar consciência de que uma realidade não existe sem a outra e de
mostrar a sua relação intrínseca.
Os
três reducionismos são: "O antropológico, que reduz o Homem a um animal
racional; o cosmológico, que reduz o Cosmos a um corpo inerte; o teológico, que
reduz a Divindade a um Ser transcendente." Impõe-se superar estes
reducionismos, porque o Homem não é redutível a animal racional, e, quando se
reduz o Cosmos a um corpo inerte, esquece-se a sua dimensão sagrada e viva, e o
modo da transcendência de Deus só pode ser este: no mundo, Deus é transcendente
ao mundo, infinitamente transcendente enquanto infinitamente presente.
Tudo
está em relação com tudo. Ser e ser em relação identificam-se. Não se trata,
portanto, de anular as diferenças, já que a unidade sem a diferença seria a
mesmidade morta, como as diferenças sem a unidade se anulariam no caos. Assim,
a religião do futuro tem de religar o que tem andado separado: Cosmos, Deus e
Homem, como se diz na palavra cosmoteândrico e na sua obra, traduzida para português:
a intuição cosmoteândrica. A religião do terceiro milénio. Tudo está
interligado.
Padre e professor de
Filosofia. Escreve de acordo com a antiga ortografia
in DN 21.11.20
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COGUMELOS,
MÚSICA E SILÊNCIO
A NOVIDADE DO CONTRIBUTO CULTURAL TRAZIDO POR CAGE NASCEU DO ESFORÇO PARA
PENSAR FORA DAS DICOTOMIAS DO PENSAMENTO OCIDENTAL, DEMONSTRANDO COMO A
COEXISTÊNCIA DOS OPOSTOS NÃO INTERROMPE O SENTIDO
Os
cogumelos, a música e o silêncio têm duas coisas em comum. A primeira delas
está associada à sua natureza: crescem fora das estradas principais, são
favorecidos pelo recolhimento dos bosques, amam a alternância das estações. A
segunda coisa que têm em comum é terem sido objeto da igual paixão de um dos
criadores mais originais do século XX: o compositor John Cage. A novidade do
contributo cultural trazido por Cage nasceu do esforço para pensar fora das
dicotomias do pensamento ocidental, demonstrando como a coexistência dos
opostos não interrompe o sentido, antes o revela no seu carácter paradoxal, que
temos de aprender a aceitar melhor. A testemunhá-lo está, por exemplo, o facto
de as suas explorações acerca do silêncio se terem tornado determinantes para o
tipo de música que fazia. A muitos desconcertou que ele tenha ousado apresentar
experiências de silêncio ininterrupto como legítimas peças musicais (assim o
fez com as composições “Silent Prayer” e “4’33’’”). Mas para John Cage não
havia nisso qualquer contradição, e explicava-o assim: “A música é inútil, a
menos que desenvolva a nossa capacidade de escuta. O silêncio não é acústico, é
uma mudança de mentalidade.” A obra artística de Cage ajudou a questionar o que
é a música e a verificar que esta é indissociável da compreensão do silêncio
entendido não como ausência mas como forma alternativa de construção sonora.
O silêncio é tão sonoro como a música, mas
pede de nós uma mudança de atitude: a valorização da continuidade que existe
entre arte e vida
Um momento de viragem foi a experiência na
câmara anecoica da Universidade de Harvard, uma história que Cage recontou
inúmeras vezes. Entrando nessa sala à prova de som, onde supostamente poderia
testar o absoluto silêncio, ele escutou então um som grave (o do seu próprio
sangue em circulação) e um agudo (o do seu sistema nervoso a operar). Até aí
estava convencido de que o silêncio real existia como qualquer coisa que
podemos produzir pela eliminação dos sons. Na câmara anecoica, porém, percebeu
que não existe o silêncio como produção nossa. Mas ocorre isto: enquanto a
música ou a palavra representam sons intencionais que realizamos, o que nós
chamamos de silêncio é a possibilidade de acedermos à escuta dos sons e das
realidades não intencionais. O silêncio é tão sonoro como a música e tão loquaz
como a palavra, mas pede de nós uma mudança de atitude: a valorização da
continuidade que existe entre espaço intencional e não intencional, entre
sujeito e objeto, entre arte e vida.
Nos anos da Grande Depressão, quando os
alimentos escasseavam, Cage começou a frequentar os bosques em busca de
cogumelos, tornando-se com o tempo um especialista na matéria, a que recorriam
restaurantes importantes de Nova Iorque. Parece uma insólita deriva, que nada
tem a ver com a sua arte, mas a verdade é que o método permanecia o mesmo: na
sua errância pelos bosques, inesperadamente o desconhecido manifestava-se. E há
um episódio televisivo a este propósito. Em 1959, um obscuro músico americano
de nome John Cage participa em Itália num desses concursos banais da TV, com
duas intervenções musicais e como concorrente a um prémio de cinco milhões de
liras. A música deixou apresentador e auditório aturdidos, mas quando começou o
concurso propriamente dito, que tinha como tema da sessão os cogumelos, o
espanto não foi menor, pois o excêntrico concorrente era capaz de elencar por
ordem alfabética dezenas de espécies. No final, o apresentador, felicitando-o,
perguntou-lhe se voltaria para a América. Cage respondeu que sim, mas que a sua
música ficava. O apresentador retorquiu: “Que pena. Seria melhor que a sua
música partisse e que você permanecesse connosco.”
in Semanário Expresso,21.11.20
https://leitor.expresso.pt/semanario/semanario2508/html/revista-e/que-coisa-sao-as-nuvens/cogumelos-musica-e-silencio
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À Procura da Palavra
DOMINGO XXXIV COMUM
Pe. Vitor Gonçalves
“‘Quantas vezes o fizestes
a um dos meus irmãos mais pequeninos,
a Mim o fizestes’.” Mt 25, 40
Se nos fosse pedido uma
síntese do Evangelho, de toda a Boa Nova de Jesus, o que diríamos? Certamente
escolheríamos as Bem-aventuranças, ou o seu Mandamento novo, a Páscoa, e a
Última (primeira) Ceia. No fundo, em cada gesto e palavra de Jesus encontramos
a totalidade do amor de Deus a chegar até nós. E há 20 séculos que nós,
cristãos, falamos do amor. Mas o decisivo não é simplesmente dizer e pensar,
acreditar ou escrever. Não podemos ficar satisfeitos e tranquilos porque não
fazemos a ninguém nenhum mal especialmente grave.
A terceira parábola de
Mateus 25 mostra como a realeza de Jesus é desconcertante. Ao contrário dos
reis humanos, que se distinguem dos súbditos e do povo, este rei identifica-se
com os mais pequenos. É inútil procurar o Ressuscitado nas nuvens, no
grandioso, pois a sua presença revela-se nos mais pobres, nos necessitados. É a
compaixão concreta, a decisão em não deixar no mal e no sofrimento aqueles que
não são estranhos mas irmãos, e é preciso cuidar e salvar. A fé cristã é
mística e prática, secreta e visível, interior e eficaz. Não se pretende
substituir a nenhum poder público, a nenhum governo, mas assume compromissos
por cada homem e mulher concretos que necessitam sair do sofrimento. Porque
nenhum sofrimento nos pode ser alheio, e a compaixão é o único modo de nos
parecermos com Deus.
À semelhança das virgens
insensatas, que não fizeram nada de mal mas não se precaveram com o azeite da
alegria para o encontro com o esposo, e do servo que por medo e preguiça
escondeu o talento e não o quis multiplicar, também ficarão surpreendidos aqueles
que viram tantos sofredores e nada fizeram por eles. O pior é não fazer nada!
Os que os aliviaram do sofrimento fizeram-no voluntariamente. Também não viram
nem reconheceram Jesus neles. Agiram gratuitamente, sem ganhar dinheiro nem
esperar recompensa. Encheram-se de compaixão e deixaram-se mover pelo amor.
Dizia Leon Tolstoi: “Podem cortar-se árvores, fabricar tijolos e forjar ferro
sem amor. Mas é preciso tratar com amor os seres humanos. Se não sentes afecto
pelos homens, ocupa-te no que quiseres, mas não neles.”
A maior surpresa é essa:
quando abandonamos um necessitado, abandonamos Deus, quando o aliviamos, é a
Deus que aliviamos. São os gestos concretos, possíveis, ao nosso alcance que
marcam a diferença. Diziam dois pobres à porta de uma igreja: “Falam tanto de
nós, mas não vêm falar connosco!” Jesus pede-nos para não duvidarmos dos
milagres que os mais pequenos gestos de amor a quem sofre, podem realizar.
in Voz da Verdade 22.11.2020
http://www.vozdaverdade.org/site/index.php?id=9341&cont_=ver2
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Capela do Rato
Já não há vagas para a missa do 1º Domingo de Advento
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