P / INFO: Crónicas & In season of synods, Italy may be next to see
if pope’s gamble pays off, artigo de John L. Allen Jr.
Frei
Bento Domingues, Acabar com a chantagem
Pe.
Anselmo Borges, Demissão do Papa Francisco
NOTA:
Conferência do Prof. Luca Badini
Reserve já na sua agenda o dia 19 de
Outubro
ACABAR COM A CHANTAGEM
Frei Bento Domingues, O.P.
Escusam de continuar com as ameaças de cisma. Não o desejo, mas não me
assusta e rezo para que não aconteça.
1. O acontecimento mais
importante, na liderança da Igreja Católica, nos últimos tempos, não pode
passar despercebido ou dissolvido no ruído dos noticiários acerca do Vaticano.
O Papa Francisco, ao
regressar da última viagem apostólica a vários países africanos (Moçambique,
Madagáscar e Ilhas Maurícias), não se limitou a responder às perguntas e
curiosidades dos jornalistas, de forma aberta e desinibida, como sempre faz.
Desta vez, foi muito mais longe. Decidiu colocar um ponto final na chantagem
que se arrastava, dentro e fora do mundo católico, desde o começo do seu
pontificado: a ameaça de um Cisma.
Para quem conhece alguma
coisa da história do cristianismo, não pode ignorar os efeitos terríveis que
essa palavra evoca, efeitos que ainda hoje persistem, apesar de todas as
iniciativas ecuménicas.
Dada a desenvoltura com que
se pronunciou, terá Bergoglio esquecido as catástrofes dessa “bomba atómica” no
tecido da Igreja? Essa ameaça não deveria aconselhar o Papa a ter mais cuidado
com o que diz e faz e, sobretudo, com o modo provocador como fala e actua? Não
saberá que está sempre a pisar terreno armadilhado?
Neste caso, essas perguntas não conseguem
esconder uma solene hipocrisia. Dito de outro modo: o Papa Francisco para não causar um cisma na Igreja deve renunciar a cumprir o programa do seu pontificado,
tornar-se prisioneiro do medo, asfixiar a liberdade de expressão e concordar
que o Vaticano continue num regime de monarquia absoluta!
Teria de
anular tudo o que fez e desistir do futuro: da reforma da Cúria; do combate
ao clericalismo e ao carreirismo eclesiástico; da denúncia da economia que mata
e da religião que manda matar; do acolhimento das vítimas da guerra e dos que
fogem da miséria; deixar de ver o mundo a partir dos excluídos e
marginalizados; de aceitar que haja cidadãos de primeira e de segunda; de
incitar a Igreja a deslocar-se para as periferias; da revisão do papel dos
colégios e das universidades católicas; das alterações nas práticas teológicas
para que recusem o papel de ideologia da dominação económica, política e
religiosa; da encíclica Laudato Si sobre
a ecologia integral; da irradicação da pedofilia no seio das instituições
eclesiásticas e seus responsáveis; das conclusões do Sínodo sobre a Família
reunidas no documento polémico Amoris
Laetitia; de incentivar o debate sobre os ministérios das mulheres na
Igreja; de renegar o caminho sinodal como reclamam os opositores vaticanistas à
opção dos Bispos alemães; da
convocatória para o estudo de
alternativas económicas; dos passos gigantescos nos caminhos do ecumenismo e do
diálogo inter-religioso; de nunca procurar nas suas deslocações pelo mundo
poder para a Igreja católica, mas que se torne exemplo desinteressado para os
mais pobres, etc. etc..
2. Acontece, porém, que longe
de renunciar ao programa do seu pontificado, de bloquear em si e nos outros a
criatividade, alarga-a e estimula-a cada vez mais.
A 15 de Outubro de 2017, abriu uma nova
frente de inquietações e trabalhos, cujas consequências vão muito para além dos
seus previsíveis anos de vida.
O melhor é dar-lhe a palavra: «Acolhendo
o desejo de algumas Conferências
Episcopais da América Latina, assim como ouvindo a voz de muitos
pastores e fiéis de várias partes do mundo, decidi convocar uma Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a
região Pan-amazónica. O Sínodo
será em Roma, em Outubro de
2019. O objectivo principal, desta convocatória, é identificar novos caminhos para a
evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas,
frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, e por causa
da crise da Floresta Amazónica,
pulmão de capital importância para o nosso planeta. Que os novos Santos
intercedam por este evento eclesial para que, no respeito da beleza da Criação, todos os povos da
terra louvem a Deus, Senhor do universo, e por Ele iluminados, percorram os caminhos da justiça e de paz».
A 17 de Junho deste ano, foi
publicado o documento de trabalho, Amazónia: novos
caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral[1].
O Papa reunirá,
no Vaticano, entre os dias 6 e 27 de Outubro, bispos dos nove países que
abrangem a região Pan-amazónica.
Desde a corajosa convocatória em
Outubro de 2017, tudo se agravou. De Janeiro a Setembro deste ano, já foram
contabilizados 106.141 focos de incêndios florestais na Amazónia. De um assunto
que alguns teimavam em considerar puramente regional transformou-se numa
questão global.
3. Estamos todos na mesma Casa
Comum. Como diz o teólogo brasileiro L. Boff, voltamos do exílio, depois de
milhões de anos, e agora estamos todos juntos no mesmo lugar, no planeta Terra.
Esta não pertence a ninguém em particular. É um bem comum de toda a humanidade
e de toda a comunidade de vida (animais, árvores, microorganismos, etc.). Amazónia
é parte da Terra. L. Boff insiste: O Brasil não é senhor da Amazónia. Possui
apenas a gestão dessa parte que administra mal e de forma irresponsável.
As causas da redução da área
natural da Amazónia são múltiplas e essencialmente económico-sociais. Há
grandes interesses ligados ao agro-negócio, à criação da soja, à produção da
carne de vaca, à indústria madeireira e não só. Segundo a investigação do
Ministério Público brasileiro, algumas destas forças organizaram-se para promover
um horrendo “dia de fogo” em Agosto passado[2].
No
próximo dia 22 de Setembro, no âmbito da quinta edição do Átrio de
Francisco, serão projectadas, na fachada da basílica superior de S. Francisco
de Assis, as imagens do novo projecto fotográfico de Sebastião Salgado, sobre
essa vasta região da América do Sul que tem estado no epicentro das notícias
devido à acelerada desflorestação.
Voltemos à
questão do começo. O Papa Francisco não deseja abafar as críticas que lhe
fazem. Ajudam-no sempre e não vêm apenas dos americanos, vêm da própria Cúria!
“Não gosto quando surgem de debaixo da mesa e te fazem sorrisos a mostrar os
dentes e, depois, espetam-te a faca nas costas. Isso não é leal, nem humano.
Disso não gosto!” Escusam de continuar com as ameaças de cisma. Não o desejo,
mas não me assusta e rezo para que não aconteça.
Basta de
chantagens!
in Público, 22.09.2019
https://www.publico.pt/2019/09/22/sociedade/opiniao/acabar-chantagem-1887348
O Público lembrou outro
artigo:
https://www.publico.pt/2016/11/01/mundo/noticia/igreja-catolica-jamais-ordenara-mulheres-reitera-papa-1749635
[1] Vaticano, Instrumentum
laboris, Amazónia: novos
caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. O Papa veta políticos com mandato
entre os convidados do referido Sínodo.
[2] Cf. Viriato
Soromenho-Marques, Sete teses
sobre a Amazónia, in Jornal de Letras de 11 a 24 de Setembro de 2019; ver a
entrevista de Leonardo Boff, O futuro da
humanidade e da terra está ligado ao futuro da Amazónia http://www.ihu.unisinos.br/
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Demissão do Papa Francisco
Anselmo Borges
Padre e professor de Filosofia
1. No passado dia 10, após uma viagem
apostólica a África, visitando Moçambique, Madagáscar e Maurício, o Papa
Francisco, já no avião, de regresso a Roma, deu, como é hábito, uma longa
conferência de imprensa. E foi respondendo a muitas perguntas.
1. 1. Congratulou-se com o abraço histórico da paz em
Moçambique: “Tudo se perde com a guerra, tudo se ganha com a paz. O esforço dos
líderes das partes contrárias, para não dizer inimigos, é o de ir ao encontro
um do outro. É o triunfo do país: a paz é a vitória do país, é preciso entender
isso... E isso vale para todos os países, que se destroem com a guerra. As
guerras destroem, fazem perder tudo.”
1. 2. África é um continente jovem, tem uma vida jovem, “se
a compararmos com a Europa, e vou repetir o que disse em Estrasburgo: a mãe
Europa quase se tornou “avó Europa”. Envelheceu, estamos a viver um inverno
demográfico muito grave na Europa.” E acrescentou que leu algures que há um
país europeu que em 2050 terá mais reformados do que pessoas a trabalhar, “e
isso é trágico”.
Os jovens em África precisam de educação, “a educação é uma
prioridade”. E louvou Maurício, cujo primeiro-ministro tem em mente a
gratuidade do sistema educativo.
1. 3. A xenofobia é “uma doença humana” e, lembrando
“discursos que se assemelham aos de Hitler em 1934”, acrescentou: “muitas vezes
as xenofobias cavalgam a onda dos populismos políticos”. Mas África transporta
consigo também “um problema cultural que tem de ser resolvido: o tribalismo”.
Temos de “lutar contra isso: seja a xenofobia de um país em relação a outro,
seja a xenofobia interna, que, no caso de alguns lugares de África e com o
tribalismo, leva a uma tragédia como a de Ruanda.”
1. 4. “São fundamentais as leis que protegem o trabalho e a
família. E também os valores familiares.” E chamou a atenção para os dramas das
crianças e jovens que perdem os seus laços familiares.
1. 5. “Hoje não existem colonizações geográficas — pelo menos,
não tantas como antes..., mas existem colonizações ideológicas, que querem
entrar na cultura dos povos e transformar aquela cultura e homogeneizar a
Humanidade. É a imagem da globalização como uma esfera, todos os pontos
equidistantes do centro. Ao contrário, a verdadeira globalização não é uma
esfera, é um poliedro, no qual cada povo se une a toda a Humanidade, mas
preserva a própria identidade.” Contra a colonização ideológica, é preciso respeitar
a identidade de cada povo e dos povos.
1. 6. Opôs-se de novo ao proselitismo em religião, lembrando
uma palavra de São Francisco de Assis: “Levem o Evangelho, se for necessário,
também com as palavras”. A evangelização faz-se sobretudo pelo exemplo, pelo
testemunho. O testemunho provoca a pergunta: “Porque é que vive assim, porque
age assim?” Aí explico: “É pelo Evangelho”. “E qual é o sinal de que um grupo
de pessoas é um povo? A alegria.”
1. 7. Não podia deixar de sublinhar a urgência da defesa do
meio ambiente. No contexto da destruição da biodiversidade, da exploração
ambiental e concretamente da desflorestação, não deixou de apontar e condenar
de modo veemente a corrupção descarada: “Quanto para mim?”. “A corrupção é
feia, muito feia.”
Revelou que “no Vaticano, proibimos o plástico.” É preciso
defender “a ecologia, a biodiversidade, que é a nossa vida, defender o
oxigénio, que é a nossa vida. O que me conforta é que são os jovens que levam
adiante esta luta”, porque o futuro é deles. “Creio que ter-se chegado ao
acordo de Paris foi um bom passo adiante, e depois também outros... São
encontros que ajudam a tomar consciência.” E, a menos de um mês do Sínodo para
a Amazónia, sublinhou: “Há os grandes pulmões, na República Centro-Africana, em
toda a região Pan-amazónica, e outros menores.”
2. E vieram a pergunta e a resposta que mais visibilidade tiveram
nos meios de comunicação social mundiais.
Jason Horowitz, do The
New York Times, perguntou: “No voo para Maputo, reconheceu estar sob ataque
de um sector da Igreja nos Estados Unidos. Obviamente existem fortes críticas
de alguns bispos, há televisões católicas e sítios americanos muito críticos e
até alguns dos seus aliados mais próximos falaram de um complô contra si. Há
algo que esses críticos não entendem sobre o seu pontificado? Há algo que tenha
aprendido com as críticas? Tem medo de um cisma na Igreja americana? E, se sim,
há algo que poderia fazer — dialogar — para evitá-lo?”
E Francisco foi longo na resposta.
Não é contra as críticas. “As críticas ajudam sempre,
sempre. Quando se recebe uma crítica, deve-se fazer imediatamente uma
autocrítica: isso é verdade ou não? E eu tiro sempre benefícios das críticas.”
Reconheceu que as críticas “não vêm só dos americanos, existem um pouco por
todo o lado, mesmo na Cúria.” O problema todo das críticas é se há honestidade
ou não. “Uma crítica justa é sempre bem recebida, pelo menos por mim. Uma
crítica leal — eu penso isto e isto — está aberta à resposta, e isso constrói,
ajuda. No caso do Papa: não gosto deste Papa, critico-o, falo, escrevo um
artigo e peço que ele responda. Isso é justo. Mas fazer uma crítica sem querer
ouvir a resposta e sem dialogar é não amar a Igreja, é perseguir uma ideia
fixa, mudar o Papa ou criar um cisma.” “Não gosto quando as críticas estão sob
a mesa: sorriem para ti, mostrando os dentes e, depois, apunhalam-te pelas
costas. Isso não é leal, não é humano.” “Atirar a pedra e esconder a mão...
isso não serve, não ajuda. Ajuda os pequenos grupinhos fechados, que não querem
ouvir a resposta à crítica.”
Há uma real ameaça de cisma? “Na Igreja houve muitos
cismas.” Há o exemplo do Concílio Vaticano I, por causa da infalibilidade
pontifícia. Um grupo fundou os vétero-católicos, que evoluíram e agora ordenam
mulheres. Também aconteceu no Concílio Vaticano II, com a separação de Mons.
Lefebvre. “Existe sempre a opção cismática na Igreja, sempre. É uma das opções
que o Senhor deixa à liberdade humana. Eu não tenho medo de cismas, rezo para
que não existam, porque está em jogo a saúde espiritual de tantas pessoas. Que
exista o diálogo, que exista a correcção, se houver algum erro, mas o caminho
do cisma não é cristão.”
Defende-se. “Um cisma é sempre uma separação elitista
provocada por uma ideologia separada da doutrina. É uma ideologia, talvez
justa, mas que entra na doutrina e a separa. Por isso, rezo para que não
ocorram cismas, mas não tenho medo.” Acusam-no de comunista, mas as coisas
sociais que diz são as mesmas que disse João Paulo II. “Eu apenas o copio.” E o
mesmo deve dizer-se quanto à questão da graça e da moral (eu julgo que, aqui,
tem em mente aqueles que o acusam por abrir a porta à possibilidade da comunhão
para católicos divorciados e recasados). Avisa: “Quando virem cristãos, bispos,
sacerdotes rígidos, é porque por trás há problemas, não há a santidade do
Evangelho. Por isso, devemos ser mansos com as pessoas que são tentadas por
esses ataques, estão a passar por um problema, devemos acompanhá-las com
mansidão.”
3. Francisco não exclui a possibilidade de um cisma, mas não
tem medo. Ele tem muitos opositores e até inimigos, incluindo cardeais
influentes, como G. Müller, R. Burke, W. Brandmüller, R. Sarah, que o acusam de
não ser um grande teólogo e de herético.
Pergunta-se: ele é mesmo herético? Alguém que conheça
minimamente o Evangelho e tenha estudado Teologia poderá acusá-lo de herético?
Alguém pode ser acusado de herético por anunciar e praticar o Evangelho,
aproximando-se dos mais pobres, abandonados, marginalizados? Por proclamar que
o nome de Deus é misericórdia? Por abrir a porta à possibilidade de acesso à
comunhão, em casos concretos, de católicos divorciados e recasados? Por
arremeter contra o clericalismo e o carreirismo e querer que a Igreja siga um
caminho sinodal (caminhar juntos em Igreja, decidindo colegialmente, com a
participação de todos, pois a Igreja somos todos)? Por avançar numa reforma
profunda da Cúria, um verdadeiro cancro da Igreja? Por declarar a urgência da
salvaguarda da Criação, do meio ambiente, da biodiversidade, de uma ecologia
integral? Por exigir transparência no Banco do Vaticano (como resolver o défice
de mais de 70 milhões de euros num orçamento de 300 milhões do Vaticano)? Por
estabelecer normas e práticas severas para acabar com o monstro da pedofilia na
Igreja? Por abrir a porta à possibilidade da ordenação de homens casados? Por
querer que as mulheres tenham o lugar que lhes compete por vontade de Jesus
Cristo também em lugares cimeiros de decisão na Igreja? Por promover o diálogo
ecuménico e inter-religioso? Por afirmar
que não se pode ficar parado e imóvel no “sempre se fez assim”? Numa palavra,
por querer a Igreja que o Vaticano II sonhou?
A questão é outra: há muitos, dentro e fora da Igreja, que estão
interessados em forçar a demissão de Francisco para, no conclave a seguir,
eleger alguém que acabe com as reformas que ele está a operar. O superior geral
dos jesuítas, Arturo Sosa, disse-o esta semana: “Existe uma luta política na
Igreja entre os que querem a Igreja sonhada pelo Vaticano II e os que a não
querem. Estou convencido de que não se trata só de um ataque contra o Papa.
Francisco está convencido da sua acção desde que foi eleito. Na realidade, do
que se trata é de influenciar a eleição do próximo Papa.”
in DN 22.09.2019
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In season of
synods, Italy may be next to see if pope’s gamble pays off
John L.
Allen Jr.
EDITOR
News Analysis
ROME - Under
a pope for whom “synodality” is the buzzword par excellence, meaning broad
consultation and shared decision-making, it probably should be no surprise that
synods and their vicissitudes are destined to be the biggest Catholic drama
over the months to come.
We already
know about the controversial Synod of Bishops for the Amazon set to open in the
Vatican on Oct. 6, and a tug-of-war between Rome and the German bishops over
plans for a two-year national “synodal journey” has also been well chronicled.
In October 2020, the Church in Australia will gather for its first plenary
council since the Second Vatican Council (1962-65).
Now, it seems, we may soon be
able to add Italy to the list of places either contemplating or planning its
own synod. In this case, the press is coming from the Primate of Italy himself,
meaning the pope, and his closest allies.
The drumbeat began in February
with an essay by Italian Jesuit Father Antonio Spadaro in Civiltà
Cattolica, the Jesuit-edited journal directed by Spadaro which enjoys
semi-official Vatican status.
“Only an effective exercise of
synodality within the Church can help us read our situation today and engage in
discernment,” Spadaro wrote, making the case for a national synod. “And this
can only happen thanks to broad involvement of the People of God, in a synodal
process that’s not restricted either to the elites of Catholic thought or to
the contexts (specific and important) of formation.”
During an address to the
powerful Italian bishops’ conference on May 20, Pope Francis directly referred
to a “probable synod of the Italian Church,” which was followed by Cardinal
Gualtiero Bassetti of Perugia, president of the conference, telling reporters,
“the synod could be the start of a path that will take a long time.”
Most recently, the edition
of Civiltà Cattolica that came out today carries a reflection
by 90-year-old Italian Jesuit Father Bartolomeo Sorge, a fixture on the Italian
and Vatican scene since the era of St. John XXIII and the Second Vatican
Council. Noting that the Italian Church has held a national convention every
ten years since 1976, Sorge insisted it’s not enough to respond to today’s
challenges.
“A simple national ecclesial
convention won’t do it,” he wrote. “Therefore, isn’t a synod necessary?”
A decision to hold a synod, or
at least to consider it, could come as early as next week when the Permanent
Commission of the Italian bishops’ conference meets in Rome. Among the items on
the agenda is “to offer proposals for paths to renew the missionary face of the
Italian Church.”
Why do Francis and his team
want a synod for Italy? Sorting through the arguments, three points seem to
loom largest.
First, Francis is a populist
at heart, and believes the people could pressure their leaders to implement
elements of his reform program he currently believes are being blocked.
For instance, his May 20 line
about a “probable synod” came in the context of expressing frustration that an
expedited and simplified process for annulments he decreed in 2015 still has
not been implemented “in the great majority of Italian dioceses.” Likewise,
when Francis issued Vos Estis in May, requiring dioceses to
create reporting mechanisms to lodge complaints against bishops for their
handling of abuse allegations, one of his closest allies, Maltese Archbishop
Charles Scicluna, openly invited the Italian rank-and-file to complain if their
diocese drags its feet on the pope’s edict.
The idea is that breaking the
logjam may require an end-run around the ecclesiastical bureaucracy, appealing
to the base.
Second, Francis’s allies
believe that a synod would be a chance to demonstrate that the pontiff has
strong popular support despite the oft-nasty criticism he generates, usually
from more conservative and traditional quarters.
(Although many see accusations
against Francis of a cover-up of sex abuse charges regarding ex-cardinal and
ex-priest Theodore McCarrick as an American operation, it hasn’t escaped the
attention of Francis’s team that it was an Italian cleric who actually leveled
the accusation, Archbishop Carlo Maria Viganò, and that his own writings on the
subject are about as Italian as such things come.)
Sorge was especially strong on
the point.
“Is it possible that our
Christian community does not know what to do in the face of the violent and
frequent attacks against Pope Francis, coming largely from inside his own
house, which even reach the absurd request for his resignation?” Sorge wrote.
“Formal declarations of filial
attachment and adhesion are of little use,” Sorge wrote. “We need, rather, to
reassure the faithful, with an official and solemn act, that the Gospel essence
of the Petrine service in the Church always remains unchanged, even if the way
of exercising it changes, as Pope Francis is doing.”
Third, Francis and his team
also believe a synod could address the political role of Italian Catholics,
especially the irony that millions of Catholics in the pope’s own backyard
routinely vote for politicians with strong anti-immigrant and nationalistic
positions at odds with Francis’s teaching and leadership.
That tension comes to a boil
most often over Italian politician Matteo Salvini, the former Deputy Prime
Minister and now opposition leader, who defies the pope on immigration while
brandishing a Bible and a rosary of the Madonna of Medjugorje.
“We ask: What authoritative
response can the Italian Church pronounce, in the light of the Gospel and the
Church’s teaching authority, about the fact that millions of faithful - priests
and consecrated persons not excluded - share, or at least support,
anthropological and political concepts that can’t be reconciled with a Gospel
vision of man and society?” Sorge asked.
To be sure no one missed the
point, he made things even clearer in a footnote. (As an aside, it’s striking
how often in Francis’s papacy the real meat on the bone in documents comes in
the footnotes.)
“More concretely, what should
we say and do with regard to those who extort votes from people with fear and
hate, hiding behind the mask of a false religiosity?” Sorge wrote in footnote
15, and although he didn’t use Salvini’s name, the reference was unmistakable.
The bottom line is that
Francis and his advisers are frustrated with the narrative that Francis is
“controversial,” convinced that most of the grumbling, in Italy as elsewhere,
comes from a cadre of elites, political opportunists and special interests who
don’t represent the Catholic grassroots. A synod, therefore, would be a chance
to demonstrate what they believe is a broad popular consensus in support of the
pope’s leadership.
Only time will tell if they’re
right.
Exit polls in the most recent
Italian elections showed that Salvini was the most popular candidate among
Catholics who go to Mass at least once a week, capturing 33 percent support.
That’s roughly 15 million Italian Catholics who may not quite be ready to stand
foursquare with Francis, at least on the immigration issue.
On the other hand, a survey
earlier this year by the respected polling firm Demos found that Francis has a
70 percent popularity rate among Italians overall, and his support is even
stronger among those who go to Mass. Most of that backing is probably fairly
solid, given that Italians are hardly naïfs - indeed, given
the media climate here, they’re probably more exposed to criticism of the pope
than any other culture on earth, so it’s not as if they’ve never heard the case
for the opposition.
Of course, the Church isn’t a
democracy. Nevertheless, Francis and his team appear determined to inject a
greater democratic spirit in Catholicism through the revival of synods,
trusting it will strengthen the pope’s hand, and Italy may well be next up to
see if the gamble pays off.
Follow John Allen on Twitter: @JohnLAllenJr
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in CRUX, Sep 21, 2019
https://cruxnow.com/news-analysis/2019/09/21/in-season-of-synods-italy-may-be-next-to-see-if-popes-gamble-pays-off/
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Sábado
19 de Outubro
Conferência do Prof. Luca Badini do Wijngaards Institute for Catholic Reform
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