Frei
Bento: Em tempo de pandemia, Advento da Esperança
Pe.
Anselmo: O sentido da vida. (1) Quem sou?
Cardeal Tolentino: Esfregar o segundo degrau pg 167
Pe.
Vítor Gonçalves: Da noite ao dia
EM TEMPO DE PANDEMIA, ADVENTO DA ESPERANÇA
Frei Bento
Domingues, O.P.
Segundo o calendário
litúrgico, entramos hoje num tempo de resistência à resignação e ao fatalismo.
A esperança é a virtude das horas difíceis.
1. Muita gente sente que este longo tempo de pandemia lança uma incerteza corrosiva sobre o nosso quotidiano e sobre o futuro. Os alertas diários contra o desleixo e o pânico são indispensáveis, mas sem alimentar as fontes e as razões humanas e divinas da esperança, não conseguiremos renovar as nossas resistências físicas e psicológicas.
Os meios de comunicação social
insistem, a toda a hora, em nos dizerem quantos já morreram, quantos são os
infectados, quantos os internados em UCI e quantos os recuperados. Receio que
esse contínuo exercício de tabuada acabe por saturar e anestesiar a
sensibilidade para a gravidade da Covid-19 e para os comportamentos exigidos em
todas as situações de risco.
Como vencer, em casa e na rua, no trabalho e
no laser, a ansiedade e o medo de ser infectados? Não sei. Mas para além das
questões de saúde e das dificuldades psicológicas de cada um, o caminho mais
adequado e menos heróico parece ser o da prática das medidas mais recomentadas,
como a distância física, o uso da máscara e a lavagem das mãos.
O descuido com essas recomendações talvez seja
um dos responsáveis pela expansão incontrolável da Covid-19. Depois, exige-se à
DGS, ao SNS e aos diversos órgãos do poder que sejam infalíveis nas suas
decisões e actuações!
Em nome do direito e do dever de cada cidadão
praticar o livre e indispensável exercício da crítica, resvala-se com
facilidade para a politiquice que mata o sentido da responsabilidade social,
cultural e política.
Repete-se que estamos a passar o
pior ano das nossas vidas. Investigadores, virologistas, infecciologistas foram
todos surpreendidos pelo modo de aparecimento e pela força da Covid-19. Ainda hoje,
o comportamento do vírus está longe de gerar unanimidade por parte da
comunidade científica, o que torna a situação particularmente complicada.
Além disso, o impacto da Covid-19 na economia é incalculável.
Não se trata, apenas, de mais uma crise. Dizem os entendidos que é a pior crise
económica e social desde a Segunda Guerra Mundial. O caos ameaça muitos países
e dá a ideia de que ninguém sabe como encontrar um equilíbrio entre o controlo
da pandemia e o resgate da economia.
Os cínicos e os tolos, ao dizerem que esta pandemia não passa de
uma gripezita, acautelam-se a si próprios com os seus negócios e abandonam as
populações à sua selecção artificial.
2. Segundo
o calendário litúrgico, entramos hoje num tempo de resistência à resignação e
ao fatalismo. A recente mensagem da CEP[1],
confessa que «o Deus do Advento vem para o meio da pandemia, pega na nossa mão,
muda o coração e envia-nos a mudar a situação».
A esperança é a virtude das horas difíceis.
O dominicano Tomás de Aquino, servindo-se da filosofia aristotélica, dizia que o
objecto da esperança é a luta por um bem futuro, árduo, mas possível de atingir[2]. Ela não é convocada quando o presente é de contentamento,
de pura alegria, nem quando o futuro se apresenta como absolutamente impossível
de alterar apenas pelas capacidades humanas. Nessa altura, só Deus nos pode
valer.
Muitas vezes, terá de ser
vivida em situações heróicas, como as descritas nos anos de prisão, pelo
Cardeal vietnamita, Van Thuan[3]. Mas a trémula luz que nos ilumina deve servir para ajudar
os que se encontram dominados pelo pânico ou pela miséria. A verdadeira
esperança rompe com o egoísmo porque é intrinsecamente solidária.
É neste sentido, mas não só,
que deve ser entendida a realização do Encontro Economia de Francesco, de 19 a 21 deste mês, que culminou numa
importante Declaração Final e Compromisso
Comum, em 12 pontos, endereçada a economistas, empresários, decisores
políticos, trabalhadores e a todos os cidadãos do mundo.
Na sua importantíssima
vídeo-mensagem, o Papa mostrou que esse dia não era de clausura, mas de
relançamento de um trabalho que deve continuar para alterar o rumo da economia
mundial. Isto pode parecer impossível, mas não é. Tem de ser um compromisso que
leve, adultos e jovens, a realizar o que parece uma utopia, mas que é uma
urgente necessidade, reconhecida por muitas vozes nesse Encontro, como uma
evidência para quem não fecha os olhos aos efeitos devastadores de uma economia
centrada, apenas, na busca do máximo lucro.
Como transformar o que foi
vivido, documentado e explicado, nesses dias, em princípios de acção
sustentados e estimulados por uma esperança activa? Como é que podem ser
convertidas as instituições católicas, que continuam a reproduzir o ensino da
economia que mata, numa investigação da economia ao serviço do bem comum, a
começar pelos mais pobres?
3. Quem tiver uma visão
ritualista do cristianismo dirá que Advento vem todos os anos, faz parte da
rotina litúrgica.
Tomás de Aquino defende que
o agir de Cristo, de há dois mil anos, na sua divina energia salvífica, atinge,
presencialmente, todos os tempos e
lugares[4]. Não é uma realidade apenas do passado. Cristo é nosso
contemporâneo. Não se esgota em nenhuma época nem deixa nenhum ponto do globo
sem a sua clandestina presença. Cristo acontece no nosso acontecer quotidiano.
É no horizonte do Natal que
celebramos o Advento. São celebrações da esperança, não da alegria realizada,
mas um protesto contra um destino que parece implacável. É uma esperança em
movimento: Cristo acontece no nosso quotidiano, para que este seja alterado,
nos torne diferentes, atentos a tudo o que movimenta a história humana, o
advento do novo, do que nunca aconteceu.
O Deus de Jesus não é um
deus dos mortos, mas da ressurreição de toda a nossa vida. O misterioso nome de
Deus dado a Moisés significa: Eu sou
Aquele que serei. Como escreveu Frei José Augusto Mourão, O.P., o nascimento de Jesus em Belém é o
nascimento de Deus como homem[5], para renascermos como verdadeiramente humanos.
Entretanto, fiquemos com um
fragmento do grande poema de Charles
Péguy sobre a modesta virtude da esperança, recordado pelo Papa Francisco no
seu mais recente escrito[6], pois é ela que nos diz bom-dia todas as manhãs:
«Mas a
esperança, diz Deus, essa sim causa-me espanto./Essa sim, é digna de espanto./Que
essas pobres crianças vejam como tudo acontece/ e acreditem que amanhã será
melhor./Que elas vejam o que se passa hoje e acreditem /que amanhã de manhã
será melhor./ Isso é espantoso e essa é a maior maravilha da nossa graça./E
isso a mim mesmo me espanta./ Pois é preciso que a minha graça seja em verdade
/duma força inacreditável./ E que ela brote duma fonte, como um rio
inesgotável./ Desde o primeiro momento e corra para sempre».
in Público 29.11.2020
https://www.publico.pt/2020/11/29/opiniao/opiniao/tempo-pandemia-advento-esperanca-1940776
[1]
Conferência Episcopal Portuguesa
[2] STH, I-II q.40, a. 1-8: Spei obiectum est bonum futurum arduum possibile adipisci
[3] Van Thuan, Compromisso de esperança. Escritos inéditos de Van Thuan, Paulinas, 2020
[4] STH, III, q. 56, a. 1 ad 2;
ad 3: Quae quidem virtus
praesentialter attingit omnia tempora et loca.
[5] Cf. A Palavra e o Espelho, Paulinas, 2000, p. 12
[6]
Il Cielo sulla Terra, Editrice
Vaticana, 2020. Cf. Pastoral da
Cultura, 24.11.2020
O sentido da vida. (1) Quem sou?
Anselmo Borges
Padre e Professor de Filosofia
Apresente crise, gigantesca, deveria ser uma
oportunidade para pôr de modo mais profundo a questão decisiva do sentido da
vida. Sentido tem a ver com viagem, direcção, meta. Nas estradas, encontramos
placas em seta a indicar o caminho para alcançar um destino. Agora, até
programamos o GPS que nos levará lá.
Qual é o sentido da vida e a sua meta? Num
primeiro momento, a resposta parece clara: a vida é um milagre e o seu sentido
é ela mesma. O sentido está nela, no viver plenamente, na criatividade do dar e
receber, em plena e total inter-relação.
Mas em nós a vida torna-se consciente. O ser
humano é autoconsciente, consciente de si mesmo e, por causa da neotenia - ao
contrário dos outros animais, não vimos já feitos ao mundo, mas por fazer,
sendo a nossa missão fazermo-nos a nós mesmos, uns com os outros -, a questão
do sentido da vida torna-se uma questão pessoal, essencial e inevitável. Não é
uma questão adjacente, que se possa pôr ou não. Ela é constitutiva: ser humano é levar consigo esta questão: quem
somos?, donde vimos?, para onde vamos?, que devemos fazer?, que sentido dar à existência?
Somos uns com os outros e frente aos outros,
mas cada um de nós vive-se a si mesmo como presença de si a si mesmo como um eu
único: eu sou eu e não outro. Coincidimos, portanto, connosco, mas, por outro
lado, experienciamo-nos como ainda não plenamente idênticos: somos nós mesmos e
somos chamados a ser nós mesmos; num apelo constante a fazermo-nos, estamos
ainda a caminho de nos tornarmos nós mesmos. Lá está a tarefa paradoxal que nos
pertence, segundo Píndaro: "Torna-te no que és."
Precisamente deste paradoxo de sermos e ainda
não sermos adequada e plenamente surge a nossa inquietação radical e a pergunta
que nos constitui: afinal, o que somos?, quem somos? Uma vez que estamos
essencialmente voltados para o futuro, temos de dizer: eu venho de um passado e
sou também resultado desse passado, vivo-me no presente, mas eu ainda não sou
plenamente, eu ainda não sou o que serei. Cá está, portanto, a pergunta - e o
ser humano é radicalmente perguntante, porque é perguntado -, a pergunta radical
e ineliminável: então o que é que eu sou e quem sou? E esta pergunta não pode
deixar de colocar a pergunta pelo sentido da vida, pois está em conexão com
ela: só no processo do viver e do ir-me fazendo poderei ir sabendo quem sou.
Mas fazer-me a caminho de quê? Qual é o
sentido? Lá estão as inapagáveis perguntas de Immanuel Kant: "Que posso
saber? Que devo fazer? O que é que me é permitido esperar?" E continua: se
pudéssemos responder a estas três perguntas, encontraríamos resposta para a quarta,
a decisiva: "O que é o Homem?" Afinal, o que somos e quem somos?
in DN 28.11.2020
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/28-nov-2020/o-sentido-da-vida-1-quem-sou-13084069.html?target=conteudo_fechado
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Que coisas são as Núvens
Cardeal J. Tolentino Mendonça
ESFREGAR O SEGUNDO DEGRAU
NO PROCESSO PURGATÓRIO QUE NOS HABILITA A ENTRAR PELA
“PORTA ESTREITA” HÁ UM PRÉVIO PERCURSO POR TRÊS DEGRAUS, TODOS DIFERENTES
Quem
se aventurou alguma vez por essa destemida peregrinação interior que é “Um
Diário de Preces” (Relógio D’Água, 2014), que a romancista Flannery O’Connor
escreveu quando tinha 20 anos, aprendeu a desconfiar das soluções instantâneas
no que à experiência de fé diz respeito. É verdade que, numa página do diário,
Flannery declara: “Neste momento sou um queijo, faz de mim uma mística, imediatamente.”
Mas ela sabe que não se pode agarrar ao passe de mágica do advérbio. De facto,
há de voltar a essa prece refazendo-a deste modo: “Quero ser uma mística e
sê-lo imediatamente. Apesar disso, querido Deus, indica-me um lugar, por
pequeno que seja, e faz com que eu o respeite. Se me estiver destinado ser
aquela a quem compete esfregar cada dia o segundo degrau, faz-mo saber, e faz
com que eu o esfregue com um coração transbordante de amor.” A norte-americana
era uma leitora assídua de Dante. E aí ela aprendeu que, no processo purgatório
que nos habilita a entrar pela “porta estreita”, há um prévio percurso por três
degraus, todos diferentes. O primeiro deles é branco, de mármore límpido. Nele
podemos olhar o nosso rosto como ainda não o havíamos contemplado. O último é
uma soleira de diamante, que flameja como uma labareda, e nele está sentado o
anjo de Deus. O degrau intermédio, o segundo nesta ordem, é “escuro mais que
pez/ de pedra áspera e seca, apresentando/ fissuras de comprido e de través”.
Os orantes sabem que, na maior parte do tempo, a oração é essa tarefa repetida,
que pode até parecer rasa, inglória e desinteressante, mas que requer de nós
uma humilde fidelidade ao trabalho sobre o segundo degrau.
A
iniciação a esse trabalho é o argumento de um dos livros mais amados do cânone
bíblico: o Livro dos Salmos. Obra que se pode abordar como texto literário,
pois certamente está entre os cimeiros da literatura universal. Numa das suas
cartas, São Jerónimo dizia que David (a quem a tradição atribui a autoria dos
salmos ou de parte deles) é, com justa razão, “o nosso Simónides, o nosso
Píndaro, o nosso Alceu, o nosso Horácio, o nosso Catulo...”. Mas Nietzsche
trouxe uma precisão, porventura surpreendente, às palavras de Jerónimo,
defendendo que “entre aquilo que sentimos ao ler os salmos e aquilo que
experimentamos na leitura de Píndaro e de Petrarca é a mesma diferença que
existe entre a pátria e qualquer terra estrangeira”. A verdade é que a
posteridade espiritual dos salmos está carregada de surpresas destas. Penso,
por exemplo, no seu impacto na cultura portuguesa. O erudito ensaio do jesuíta
Mário Martins, “A Bíblia na Literatura Medieval Portuguesa”, mostra como, desde
as Cantigas de Amigo, o Saltério tem sido um código da nossa literatura. Entre
os contemporâneos, temos múltiplos e distintos casos. Desde a inesquecível
forma como Herberto Helder traduziu alguns salmos a este livro comovente e
singularíssimo que a Editorial Caminho acaba de publicar, intitulado “Do Livro
dos Salmos”, da autoria de Mário Castrim. Autor que teve, como se sabe, uma
vida entregue aos jornais, nomeadamente como crítico de televisão, foi
presidente da assembleia-geral do Sindicato dos Jornalistas, militante do
Partido Comunista e cristão. Não é por acaso que um homem com o percurso de
Mário Castrim se abeira dos Salmos e da sua espiritualidade profundamente
inscrita na história, com as suas lutas, paixões, demoras. Habitar os salmos,
parafraseá-los ou reinventá-los como ele o faz, é ter compreendido que esperar
em Deus não nos dispensa em cada hora de esfregar o segundo degrau. Mas desse
modo, como promete Castrim a Deus, “hei de fazer ao longo do meu dia/ a casa
que será tua morada”.
in Semanário
Expresso 27.11.2020
https://leitor.expresso.pt/semanario/semanario2509/html/revista-e/que-coisa-sao-as-nuvens/esfregar-o-segundo-degrau
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À PROCURA DA
PALAVRA
Pe. Vitor
Gonçalves
DOMINGO I DO
ADVENTO Ano B
“Vigiai,
portanto, visto que não sabeis
quando virá o
dono da casa:
se à tarde,
se à meia-noite,
se ao cantar
do galo, se de manhãzinha.”
Mc 13, 35
Da noite ao dia
Conta-se
que um mestre perguntou um dia aos seus discípulos: “Quem me sabe dizer o
momento exacto em que termina a noite e começa o dia? “Disse um deles: “É
quando, ao longe, consigo distinguir entre um cão e uma ovelha!” “Não”,
respondeu o mestre. “É quando consigo distinguir uma laranjeira de uma
macieira!”, arriscou outro e obteve a mesma resposta. Tentou um terceiro: “É
quando consigo distinguir um boi de um burro!”, e o Mestre voltou a responder:
“Não”. Como mais nenhum avançava outra hipótese, o Metre concluiu: “Termina a
noite e começa o dia quando, ao olhar o rosto de alguém, consigo reconhecer
nele um irmão.”
Entramos
no Advento e num novo ano litúrgico com um quádruplo imperativo: “Vigiai”! E
como gostamos muito de saber tudo, prever tudo, apressar tudo, temos
dificuldade em lidar com a espera, que toda a vigilância supõe. Tanto mais que
sabemos quem esperamos: Aquele que já veio, que está (e vem), e que virá. Não é
uma espera passiva ou amedrontada aquela para a qual o Advento nos convoca. Não
estamos perdidos nem desesperados, mas, com o entusiasmo da namorada que o
namorado convidou para ir a um baile, é uma espera ocupada em prepararmo-nos,
alindarmo-nos e perfumarmo-nos, enquanto nasce e cresce em nós o desejo do
encontro. E antes de esperarmos assim por Jesus, já Deus espera sempre por nós.
Como no filme “A minha namorada tem amnésia” com Adam Sandler e Drew Barrymore,
também Deus tudo faz para que O reconheçamos e acolhamos em cada manhã.
Da
noite ao dia é assim que os nossos irmãos judeus contam as horas. Os rabinos
judeus falam das quatro noites em que Deus entrou na história humana: a da
Criação (ao criar a Luz); a da Aliança com Abraão; a da libertação de Israel do
Egipto na noite de Páscoa; e a futura em que Deus libertará a humanidade de
todo o mal. Esta última é, para nós, cristãos, a da Páscoa de Jesus, verdadeira
libertação da morte e dom de salvação para todos. Assim as grandes festas
cristãs da Páscoa e do Natal celebram-se da noite para o dia, e se vivemos
neste ano uma imensa noite que é também esta pandemia, vigiamos e caminhamos
para a luz de um dia novo. E para quem custa ainda a esperança da vida eterna,
recordo o diálogo entre Charlie Brown e Snoopy voltados para o pôr do sol: “Um
dia nós vamos morrer, Snoopy!”. “Sim, mas todos os outros dias vamos viver!”,
responde Snoopy.
Vigiar
é amar e esperar. No meio da escuridão que também se abate sobre nós, em que os
sofredores têm rosto e nome, todos podemos ajudar Jesus a nascer pois Ele é o
dia que esperamos. Podemos ler na mensagem deste Advento dos Bispos de
Portugal: “O Deus do Advento vem para o meio desta pandemia, pega na nossa mão,
muda o nosso coração e envia-nos a mudar a situação.” E o dia amanhecerá!
in Voz
da Verdade 30.11.2020
http://www.vozdaverdade.org/site/index.php?id=9355&cont_=ver2
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Francis
warns Gregory, other cardinals against being 'eminences' in part-virtual
consistory
by Joshua J. McElwee Vatican
VATICAN CITY — Pope Francis
warned the world's Catholic cardinals Nov. 28 against seeing their positions as
ones of honor or distinction, stressing that the lives of the church's highest
prelates should be those of self-sacrifice and service to others.
In a first of its kind partly virtual ceremony in St.
Peter's Basilica to create 13 new cardinals — including Washington, D.C.
Archbishop Wilton Gregory and a number of prelates serving in remote regions
across the world — the pontiff cautioned the new cardinals not to prioritize
their own interests, but those of the people they serve.
Francis even told them not to see themselves in terms
of the honorific traditionally given to cardinals, or as "eminences."
"When you feel like that, you are 'off the path,'
" the pope warned the new cardinals. "You will no longer be the
pastor, close to the people."
The Nov. 28 ceremony, formally known as a consistory,
was unprecedented in the long history of the Catholic Church — held during an
ongoing global pandemic and under strict precautions to prevent the spread of
the coronavirus.
Due to social distancing measures, only about 100
people were able to be physically present for the ceremony, and two of the new
cardinals — Brunei Apostolic Vicar Cornelius Sim and Cadiz, Philippines
Archbishop Jose Advincula — took part from home.
The sanctuary of the basilica was set up with
television screens to allow Sim and Advincula, and other global cardinals, to
participate in the event via video link. Those present in the basilica all wore
masks, except Francis.
Among the 11 new cardinals present for the event was
Gregory, who is Washington's first African American archbishop and now the
first Black U.S. cardinal. In a
Nov. 24 NCR interview, Gregory said he thought Francis' choosing him
was a "very positive endorsement" for the work of the church in the
U.S. capital.
Gregory is the fourth American cardinal created by
Francis, following Chicago's Blase Cupich, Newark's Joseph Tobin and Kevin Farrell,
the prefect of the Vatican's Dicastery for Laity, Family and Life.
Nine of the 13 new cardinals are under the age of 80,
meaning they join the ranks of cardinal electors, or those who are tasked with
gathering in conclave after the death or resignation of the pontiff to select
his successor.
The consistory is Francis' seventh over his nearly
eight-year papacy and further cements his influence on the group that will one
day elect his successor. The pontiff has now appointed nearly 60% of the
cardinal electors: 73 of 128 prelates.
Thirty-nine of the electors were appointed by
now-retired Pope Benedict XVI; 16 by Pope John Paul II.
Francis reflected in his homily for the consistory on
the story in Mark's Gospel of the apostles James and John asking Jesus if they
could sit at his left and right hand when he comes into his glory.
Jesus rebuked the two, telling them: "You do not
know what you are asking."
Francis called the story a " 'road sign' for us
who today are journeying together with Jesus." The two apostles, said the
pope, "want to take a different road — not Jesus' road, but a different
one."
"The road of those who, perhaps even without
realizing it, 'use' the Lord for their own advancement," the pope termed
it.
Beyond Sim, Advincula and Gregory, three of the six
other new cardinal electors lead global dioceses: Kigali, Rwanda Archbishop
Antoine Kambanda; Santiago, Chile Archbishop Celestino Aos Braco; and Siena,
Italy Archbishop Augusto Paolo Lojudice.
Two of the new electors are Vatican officials: Mario
Grech, the new head of the Vatican's office for the Synod of Bishops; and
Marcello Semeraro, who has replaced the disgraced
Cardinal Angelo Becciu as the head of the Vatican's sainthood
office.
The ninth new cardinal elector is Mauro Gambetti, a
conventual Franciscan who previously served as the custodian of the convent
attached to the Basilica of St. Francis in Assisi, Italy.
Among the four new cardinals over the age of 80 is the
fifth American cardinal created by Francis: Silvano Tomasi, an Italian and
naturalized U.S. citizen who served for 13* years as the Holy See's permanent
observer to the United Nations in Geneva.
After the homily during the ceremony, each of the 11
new cardinals present for the event received his new signet ring and red hat,
known as a biretta, from Francis before St. Peter's high altar.
Each cardinal was then named an honorary leader of a parish
church in Rome, from which is traced to the cardinal's role in helping elect
the pope. From those posts, the cardinals are considered the clergy of Rome,
who then elect their bishop, the pope.
As of Nov. 28, the country with the largest number of
cardinal electors remains Italy, which has 22. The next largest number comes
from the U.S., which has nine. The third largest is Spain, which has six.
According to Vatican figures, the breakdowns of the
different regions of cardinal electors are:
- 53 from Europe (41%);
- 18 from Africa (14%);
- 16 from North America (13%);
- 16 from Asia (13%);
- 14 from South America (11%);
- 7 from Central America (5%);
- 4 from Oceania (3%).
Seventy of the world's nations are now represented by
at least one cardinal elector.
[Joshua J. McElwee is NCR Vatican
correspondent. His email address is jmcelwee@ncronline.org. Follow him on
Twitter: @joshjmac.]
*This story has been updated to correct the number of
years Tomasi served as the Holy See's permanent observer to the U.N. in Geneva.
in NCR (National Catholic Reporter) 28, 2020
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