12 março 2012

“FAMILIA a FAMILIA”

Nestes tempos confusos que atravessamos é estimulante encontrar pessoas que em vez de passarem o tempo a criticar e/ou a queixaram-se, resolveram actuar, na medida das suas capacidades, dando respostas concretas, em consonância com a palavra de Jesus, à pergunta ‘Mas afinal quem é o meu irmão? Ou a minha irmã?’
Um grupo de amigas, Leonor Ameal, Luísa Franco e Luísa Távora, criaram o Grupo “FAMILIA a FAMILIA” e passo a transcrever a apresentação que este grupo faz de si próprio: «para tentar minorar alguns problemas com que se defrontam famílias que estão a passar mal, com dificuldades tremendas que vão desde a fome ao corte de luz, água, gás, material escolar, pagamento de renda de casa, farmácia, e um grande etc. e que se metem em casa com vergonha de dar a cara!
Pretendemos atender prioritariamente famílias onde houve despedimento de um ou dos dois membros do casal e que lutam por sobreviver. A indicação das famílias vem, com grande discrição, através de pessoas idóneas que, pela sua profissão/vocação, têm acesso a estes casos escondidos (já que, normalmente, evitam a todo o custo que se saiba da sua carência, da sua “mudança de vida”...).Essas pessoas - advogados, médicos, psicólogos e sacerdotes – são da nossa inteira confiança.
A partir das informações recebidas o GRUPO FaF - que reúne mensalmente ou em casos de urgência imediatamente - estuda cada situação e a oportunidade de a podermos ou não auxiliar. Por uma questão de respeito e para evitar humilhações, as pessoas do GRUPO não têm acesso directo às famílias, ou sequer conhecimento dos seus nomes, sendo que a “ponte” se faz por um intermediário sério e discreto, escolhido com muito cuidado, a quem entregamos os géneros mensal ou quinzenalmente. Neste momento temos já como 1º intermediário a Comunidade Vida e Paz. Cada intermediário, além de levar a ajuda à família com quem faz a “ponte” tem o papel de a acompanhar e ajudar a “lutar por um emprego” ou por uma solução mais digna, evitando a todo o custo que “se encoste” ao apoio recebido. Como nos propomos actuar?
Resolvemos recorrer a um método “diferente” de recolha directa de mercearia que não será pesado a ninguém e servirá de base a este projecto. Trata-se da “CAMPANHA DO PACOTE”, já a funcionar, com imensa adesão, em prédios onde conhecemos pessoas. Pede-se a cada condómino que colabore MENSALMENTE com um pacote de bens essenciais, (arroz, feijão, grão, esparguete, etc.) no valor aproximado de 3 euros.
Esses PACOTES serão recolhidos em cada BLOCO no condomínio por um responsável do GRUPO entre o dia 1 e o dia 3 de cada mês.
Para completar estes cabazes e/ou outras despesas procuraremos entre amigos e conhecidos dos vários membros do GRUPO alguns “capitalistas” que façam uma transferência mensal fixa (mínimo 10 euros) – durante um ano (renovável) - para o NIB 0023 0000 4520 2364 33394 (Activo Millenium, Luísa Franco e Leonor Aires de Campos (Ameal). A garantia de contar com essa importância certa permite ir discernindo a admissão - ou não - de mais assistidos pelo “Família a Família”. Todos os “capitalistas” que desejem serão informados periodicamente dos movimentos do GRUPO e podem consultar os justificativos das despesas que estão em nosso poder. Com recurso ao dinheiro depositado no NIB, o GRUPO FaF comprará os frescos, carnes, manteiga, fruta, material de limpeza, etc. e atenderá a excepções tipo farmácia, contas de luz, de água, material escolar, etc. »
As organizadores começaram por actuar nos prédios onde vivem, com o simples método de baterem à porta de cada vizinha/o e perguntar se se estavam interessadas/os em colaborar. A partir daqui é necessário, obviamente, que uma pessoa do prédio se disponha a recolher em sua casa os bens antes de os entregar ou distribuir. Quem quiser saber mais escreva para
leonor.ameal@gmail.com


Ana Vicente


11.3.2012

1 comentário:

  1. Parabens pela iniciativa.
    é sempre bom saber que há quem se disponibilize para ajudar e criar um "capital social", em que a capacidade dos "atores" em garantirem, através de redes sociais ou de outras estruturas sociais, a subsistência é valorizado. Ganha a comunidade. ganhamos TODOS NÓS!

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