Retomo o tema das mulheres como Igreja e na Igreja, servindo-me de um texto meu incluído no livro de homenagem ao Frei Bento Domingues O.P. (Frei Bento Domingues e o Incómodo da Coerência, coord. Maria Julieta Mendes Dias, Paulo Mendes Pinto, Prior Velho, Paulinas, 2012). Mulheres e não Mulher, pois essa parte da humanidade desdobra-se numa multidão de pessoas do sexo feminino, de diferentes idades, cultura, experiências, heranças, histórias. Cada uma de nós um ser individual, criado por Deus, como nos ensinam as Escrituras, mulheres e homens com igual dignidade.
Igreja, Povo de Deus, mulheres e homens, Corpo Místico de Cristo, ou seja nós, a trabalhar nas tarefas da fé, procurando ser fiéis ao Caminho, à Verdade e à Vida. Mulheres e homens, em busca, amando e pecando. Igreja também com outro significado – instituição com hierarquia e estruturas organizativas.
Renovação que não é de hoje. Começou com Jesus Cristo há dois mil anos, porque o Povo de Deus está sempre à procura do caminho, numa atitude de expectativa e de inquietude, olhando para Aquele que introduziu paradigmas completamente dispares em relação ao status quo. Busca da renovação colectiva e pessoal daquelas e daqueles que querem seguir Jesus. Renovação, que também implica humildade e atitudes não simplistas. A minha proposta é a seguinte: nós que somos Igreja necessitamos de tirar todas as consequências da igualdade fundamental das mulheres e dos homens, se quisermos ser fiéis a Deus e a Jesus Cristo.
É sobre três pilares que assenta essa igualdade de base: na teologia, na tradição, e na hermenêutica. No próximo mês olharei para a teologia.
Ana Vicente
Fevereiro 2013
Fevereiro 2013
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