No fim-de-semana passado o colectivo espanhol de grupos católicos Redes Cristianas organizou uma assembleia nacional em Jerez de la Frontera. Participaram várias dezenas de pessoas, de comunidades de base e outros grupos similares, vindos de toda a Espanha. Foram organizadas 14 oficinas, que decorreram no sábado, todas bastante concorridas, e uma celebração, com guião organizado pelos organizadores, no domingo.
Foi muito revigorante ver a vitalidade dos grupos católicos espanhóis mais progressistas. Mais surpreendente, porém, foi o que me esperava na Catedral de Sevilha, que visitei depois do fim do encontro. Dentro da própria catedral, e com autorização escrita do arcebispo, estava um grupo de professores “acampados”, com colchões, mantas e tudo o mais que era necessário, lutando pela manutenção de direitos iguais para trabalho igual.
Eu participei na reunião a convite da organização, como representante do movimento Nós Somos Igreja - Portugal. Apenas tive tempo de participar na celebração final e na oficina sobre construção de uma igreja plural, organizada pela Corriente Somos Iglesia, onde participaram cerca de 20 pessoas, de diversas partes de Espanha. Todas traziam
histórias interessantes de celebrações, reflexões, vida de paróquia organizada “a partir de baixo”, com grande participação da comunidade, quer nos trabalhos quer nos processos de decisão. Houve também muitas referências a
movimentos da sociedade civil, nomeadamente ao 15M (15/Maio, movimento ue ocupou a Puerta del Sol).
Foi muito revigorante ver a vitalidade dos grupos católicos espanhóis mais progressistas. Mais surpreendente, porém, foi o que me esperava na Catedral de Sevilha, que visitei depois do fim do encontro. Dentro da própria catedral, e com autorização escrita do arcebispo, estava um grupo de professores “acampados”, com colchões, mantas e tudo o mais que era necessário, lutando pela manutenção de direitos iguais para trabalho igual.
Várias pessoas, surpreendidas como eu, se aproximavam para conversar com os professores, que expunham a sua situação e pediam apoio, através de um abaixo-assinado.
Sendo a catedral de Sevilha a terceira maior de todo o Catolicismo, teria sido muito fácil para o arcebispo recusar este acampamento. Foi assim igualmente revigorante ver que, neste caso, os valores defendidos soaram mais alto do que a majestade do lugar.
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