Por
iniciativa da teóloga Helen Schüngel-Straumann, teólogos e teólogas católicas
da Europa e os Estados Unidos assinaram um apelo, no qual se pede ao Papa
Francisco que envolva activamente as mulheres em decisões-chave. Um sinal deste
envolvimento poderia ser a nomeação de mulheres para cardeais. O texto tem a
seguinte redacção:
A posição
do Papa Francisco em relação aos pobres e oprimidos tem agradado mas também
criado expectativas. Tal como a sua declaração de que as mulheres deveriam
desempenhar um papel muito mais forte na Igreja Católica e ser envolvidas nas
decisões. Em todo o mundo, as mulheres vêem-se especialmente afectadas pela
pobreza, privação e violência. Mais de metade dos membros da igreja são
mulheres. Mas essa maioria é tratada como uma minoria. E no entanto, a igreja
tem inúmeras mulheres altamente qualificadas: freiras, teólogas, mulheres em
profissões responsáveis com forte compromisso com a sua igreja.
Trabalham
dando apoio espiritual em sectores da pastorais e caritativos, na base, nas escolas,
na política, nas associações religiosas - muitas vezes em regime voluntário.
Tanto na teoria como na prática, empenham-se na palavra do Evangelho. Não são,
porém, envolvidas em decisões importantes - uma situação altamente desigual e
injusta na Igreja Católica. «As mulheres não querem ser objecto mas sujeito”
(Catharina Halkes), e “sem mulheres não há igreja”. Igualdade e justiça são as
exigências centrais dos profetas bíblicos. Continuamente se dá atenção ao
triângulo “pobres, viúvas e órfãos". Também Jesus está na base desta
grande tradição profética, tendo nomeado mulheres como discípulas no movimento
do seu reino Deus. Tendo por base a mensagem de Jesus pela justiça fazemos a
proposta de nomear um grande número de mulheres cardeais.
Nem na
Bíblia, nem no dogma, nem na tradição da igreja existe qualquer argumento
contra o facto que poderia impedir o Papa de implementar esta medida
rapidamente. Pela lei canónica, o Papa é livre de nomear mulheres cardeais. No
século XIX, foram nomeados alguns leigos para cardeais.
Como
responsável pela unidade e a liderança de toda a igreja, o Papa poderia dar já
os primeiros passos para que a "metade maior" dos membros da igreja
participasse activamente em decisões-chave e na eleição do próximo Papa. Seria
uma decisão muito inteligente e diplomática se o Papa, pondo em acção a
igualdade das mulheres nos próprios círculos, mostrasse que a Igreja Católica
não é tão misógina, como é frequentemente retratada.
Foi sempre
recomendado às mulheres que explorassem o espaço existente. A nomeação para
cardeais seria um excelente exemplo nesta área. O nosso objectivo não é mais
uma clericalização da igreja, mas sim uma participação activa das mulheres em
decisões-chave.
Não se
trata aqui duma adaptação a um Zeitgeist duvidoso, mas sim a um pedido que oiça
"sinais dos tempos" (João XXIII), que mais de 50 anos depois ainda
não têm espaço suficiente na Igreja Católica. Caso os responsáveis da Igreja
não consigam superar a abordagem patriarcal na teoria e na prática e não dêem
às mulheres voz em lugares decisivos, a Igreja Católica irá perder cada vez
mais mulheres competentes e dedicadas.
Tradução de
Margarida Pereira-Müller, membro do NSI-PT, a quem muito agradecemos
Para
assinar esta petição pode ir a : http://www.aufbruch.ch/3477
Petition:
Frauen als Kardinäle
Appell von Theologinnen und Theologen an den Papst:
Auch Frauen
sollen den Papst wählen können
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