28 julho 2013

Carta das CEBs aos Participantes da JMJ

 “Juventude que ousa lutar constrói o poder popular”

Nós juventudes reunidos no Trezinho das Comunidades Eclesiais de Base, na diocese de Crato, em preparação ao 13º Intereclesial que vivenciamos a experiência da Justiça e Profecia a Serviço da Vida no Campo e na Cidade. Assim, queremos anunciar a todas as juventudes de todos os continentes que estarão presentes na Jornada Mundial da Juventude e no 13º Intereclesial de CEBs, que seguindo o testemunho do Cristo libertador procuramos vivenciar uma espiritualidade profética, que se torna visível na opção preferencial pelos pobres e na defesa da vida por uma sociedade do bem viver. Impulsionados pela profecia desta terra e dos mártires que na fidelidade ao Evangelho derramaram seu sangue pela causa do Reino, denunciamos:

·        O atual modelo capitalista que movido pelo lucro que mata nossas juventudes, sobretudo, os negros e negras pobres, e assim, destrói a esperança da continuidade da vida que Deus nos deu.

·        A falta de efetivação de políticas públicas específicas para os jovens do campo e da cidade.

·        Os grandes projetos e mega eventos que com a máscara de “desenvolvimento” para o campo e as cidades, expulsam comunidades de seus territórios destruindo as culturas e tradições que historicamente se formaram.

Repudiamos:

·        A redução da maioridade penal por entendermos que ela não resolverá o problema da violência, visto que a mesma tem causa na desigualdade social e na falta de oportunidade para o desenvolvimento de uma vida digna – “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10).

·        A postura de políticos que se utilizam de bens públicos para alimentarem a ganância pelo dinheiro e a impunidade que favorece a prática de tais crimes – “Vóis não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Dt 9).

Por tudo que foi explicitado afirmamos nosso compromisso em:

·        Comungar da luta da juventude negra, indígena, camponesa, pescadores e quilombola, defendendo a sua identidade e territórios.

·        Lutar pela democratização dos meios de comunicação como garantia de espaço e expressão popular, realizando um contraponto da grande mídia que destorce as mais diversas lutas sociais.

·        Assumimos a defesa das mais diversas formas de amar como expressão do gesto em que Jesus acolhe a samaritana (Jo 4), e assim, rompe preconceitos presentes em nós e na sociedade.

Nós, juventudes encantados (as) com o embalo das Comunidades Eclesiais de Base seguiremos firmes na caminhada rumo a uma sociedade em que todos (as) sejam protagonistas de uma nova história.

Juazeiro do Norte, 14 de julho de 2013.

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